sábado, 3 de julho de 2021


 NÃO VIVO SEM OS SONHOS.

 Era a época que líamos Carlos Castañeda, apreciávamos a cultura beat e a contracultura com Luis Carlos Maciel e ficávamos pirados lendo filósofos como Friedrich Nietzsche, escritores russos como Tolstoi e Dostoiévski, filosofia de Camus e Jean Paul Sartre. Tentávamos buscar algum sentido para toda essa maluquice que é nosso sistema, via peças de Jose Celso Matinez, Plinio Marcos e Augusto Boal, escutava Bob Dylan, Led Zeppelin Chico Buarque, os Novos Baianos e músicas francesas,  Era a época de ver o filme 'The Wall' do Pink Floyd e chegar em casa com a cara do tipo o que eu estou fazendo para mudar todo esse estado de coisas. Fazia fogueirinha de papel na beira do mar, cantávamos e corríamos muito loucos com as namoradas nas lindas praias de Santa, sonhávamos que o mundo seria como a época de Aquarius, andávamos de calças jeans e cabelos compridos e adorávamos os festivais da canção, os filmes de Polansky, Almodovar, Wood Allen, Godard. Cantávamos caminhando a noite pelas ruas de P.alegre, namoravamos  nas praças e adorávamos os barzinhos, só fugiamos da ditadura e eu tinha um pé com o movimento estudantil mas éra muto jovem e só quería viver. O legal de tudo isso é que estes amigos até hoje  ainda me são encantados e encontra-los é sempre uma grande alegria e um momento mágico, porque a juventude no fundo além de uma época da vida é sim um estado de espírito e pra mim eles ainda são os mesmos jovens. Talvez a melhor época da vida seja agora, ou a juventude legal que alguém também viveu em outras épócas, mas aqui falo da minha que o pessoal ainda curte as músicas e chama de época de ouro, sim, foi isso, para mim uma época de ouro, um passado mágico, hippie e de sonhos que passou em nossas vidas, mas que ainda não sai de nós, pelos momentos tão mágicos e felizes que vivemos, e eu vivi intensamente.  

 

Jaime Baghá, que ainda não vive sem os sonhos.

 

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