quarta-feira, 26 de novembro de 2014


"A manipulação e a utilização sectária da informação deformam a opinião pública e anulam a capacidade do cidadão para decidir livre e responsavelmente. Se a informação e a propaganda são armas de enorme eficácia nas mãos dos regimes totalitários, também não deixam de o ser nos sistemas democráticos; quem domina a informação, domina de certa forma a cultura, a ideologia e, portanto, também controla em grande medida a sociedade".
 Noam Chomsky.


Máscara peruana, povo Moche.




"Enquanto
estamos vivo, não
podemos escapar de
máscaras e nomes. Somos inseparáveis de nossas
ficções - nossas
feições".
Octávio Paz.




"Tenha cuidado com seus líderes, pois existem muitos nas suas fileiras que prefeririam ser presidente da General Motors do que incendiar o Posto Shell da esquina. Mas como eles não podem ter um eles pegam o outro. São esses os ratos humanos que por séculos nos têm mantido onde nos encontramos".
Charles Bukowski.




Que nome se deve dar a esta desgraça? Que vício, que triste vício é este: um número infinito de pessoas não somente a obedecer, mas a servir, não governadas, mas tiranizadas, sem vida a que possam chamar de sua?

Mas o que acontece afinal em todos os países, com todos os homens, todos os dias?
É o povo que se escraviza, que se decapita, que, podendo escolher entre ser livre e ser escravo, se decide pela falta de liberdade e prefere o jugo, é ele que aceita o seu mal, que o procura por todos os meios.

Assim são os tiranos: quanto mais eles roubam, saqueiam, exigem, quanto mais arruínam e destroem, quanto mais se lhes der e mais serviços se lhes prestarem, mais eles se fortalecem e se robustecem até aniquilarem e destruírem tudo.

Onde iriam eles buscar os olhos com que vos espiam se vós não lhes désseis?
Onde teriam eles mãos para vos bater se não tivessem as vossas?
Como ousariam eles perseguir-vos sem a vossa própria conivência?

Que poder têm eles sobre vós que de vós não venha?
Semeais os vossos frutos para eles pouco depois calcarem aos pés.
Recheais de mobílias as vossas casas para eles virem saqueá-las, criais as vossas filhas para que eles tenham em quem cevar sua luxúria.

Criais filhos a fim de que eles, quando lhes apetecer, venham recrutá-los para a guerra e conduzi-los ao matadouro, fazer deles acólitos da sua cupidez e executores das suas vinganças.

Matai-vos de trabalhar para que eles possam regalar-se e refestelar-se em prazeres vis e imundos.

Etienne de La Boétie
em Discurso Sobre a Servidão Voluntária



Rebanho de vacas

... a visão de uma humanidade transformada em rebanho de vacas. Uma humanidade que pastará e ruminará satisfeita e inconsciente, consumindo erva, na qual uma elite invisível de "pastores" tem interesse investido, e produzindo o leite para tal elite. Tal humanidade será manipulada pela elite de maneira tão sutil e perfeita que se tomará por livre. Isto será possível graças à automaticidade do funcionamento da vaca. A liberdade ilusória encobrirá a manipulação "pastoril" perfeitamente. A vida se resumirá às funções típicas da vaca: nascimento, consumo, ruminação, produção, lazer, reprodução e morte.
 Vilém Flusser




Os conservadores, os entreguistas e a burguesia são do mesmo time. Eles só têm poder porque manipulam aqueles que lhes sustentam, eles vivem montados e escravizam aqueles pobres coitados. O mais triste é que, por serem manipulados durante tanto tempo, passam a admirar seu carrasco e fazem de tudo para copiar seu verdugo. 

A elite dominante na política cria e fabrica o marginal e o usa como mecanismo para uma política de repressão ao social. Muito dos que lotam as prisões são crias do autoritarismo, iludidos na sofisticada máquina da ilusão, que mostra uma falsa confiança aos ricos e o terror para os pobres, negros e mestiços. Quando essa grande maioria pobre e discriminada se revolta, o fato não é visto como política e sim como ato criminoso. A revolta dos mais pobres não tem o direito de exigir direitos ou respeito, tem somente que se resignar e obedecer. 

Nosso inimigo público apresentado nos noticiários da TV geralmente é um menino pobre, negro, franzino, pés descalços e de bermuda, este é o nosso inimigo público número 1, fruto de um estado relapso, corrupto, malfeitor, que usa o lucro do medo e manipula o voto. Esta praga parasita que vem se perpetuando no poder se torna um poderoso por causa dos conluios, critica os programas sociais que ajudam os pobres, critica os vales que o governo oferece aos mais necessitados, no entanto esse ser híbrido recebe vales vultosos de todos os tipos, vale aéreo, vale terno, vale moradia e toda espécie de vale para triplicar seus salários. Eis os verdadeiros escroques do país, que ainda exigem ser chamados de “excelência”. Os desgraçados que vivem a margem desta sociedade é a mercadoria que sobrevive numa desigualdade legitimada e marcada pelos interesses de uma elite inescrupulosa no poder político e no judiciário.

Jaime Baghá