As voltas do mundo.
Vivi uma
época de mudanças onde vi o executivo de cabelo escovinha que personificava o
homem romano de antiga cepa, mas seu filho andava de cabelos compridos, gostava
de gírias, rock e coisas indianas, gostava
de citara asiática, lia textos budistas ou libelos leninistas, conseguia
conciliar Hermann Hesse, o zodíaco, a alquimia, o pensamento de Mao, adepto da
maconha e sacava os ídolos das guerrilhas urbanas, alguns até trocam de casais
e colocava em crise o modelo de família puritana. Eis o novo mundo que vivi e
vejo novas mudanças. Estou vivendo a descentralização absoluta, crises nos
poderes, o poder das corporações reduzido a uma ficção e um sistema de
princípios cada vez mais abstratos. Hoje em grande atuação o capitalismo de
estado voltado para grandes empresas, por isso gosto de Noam Chomsky e todo bom ativista político. O avanço do
poder tecnológico esvaziou as instituições e abandonou e centro da estrutura
social, há um novo mundo ao qual eu não simpatizo porque acho que ele perdeu
sua magia e valoriza os valores pecuniários, criando um mundo de mais
distanciamento e miséria, e eu com minha idade avançada não quero ser um
neonomadismo digital, já sou nômade nos meus pensamentos e escritos, fazendo
força para poder viver uma época
interessante, como diziam os chineses.
Cuidado com
as voltas que o mundo dá, hoje você lança as palavras, amanhã sente o efeito
delas. Jaime Baghá