quinta-feira, 4 de novembro de 2010

CANÇÕES DE PROTESTO

As canções de protesto nascem da insatisfação individual ou coletiva em consequencia dos problemas dentro da sociedade, envolvendo principalmente questões políticas, religiosas e raciais.

Na segunda guerra, “Bella Ciao”, foi o hino da resistência italiana. Billie Holiday cantou “Strange Fruit” condenando o racismo americano sobre os linchamentos (negros enforcados em árvores), no sul dos Estados Unidos. Nina Simone cantou “Mississippi Goddamn”, um protesto contra o racismo, uma vergonha covarde que mancha a sociedade norte-americana.

“Revolution” dos Beatles e “We Love You” dos Rolling Stones pedia o fim das guerras e o desarmamento nuclear. “Sunday Bloody Sunday” do U2 é um desabafo e indignação contra a intolerância religiosa entre protestantes e católicos na Irlanda do Norte. “Imagine” é um hino pacifista de John Lennon, a música “Give Peace a Chance” de Lennon também pedia o fim da guerra do Vietnã.

Em 1969 tivemos o Festival de Woodstock, com Jimi Hendrix, Creedence, The Who e outros lendários, que soou como um pedido de paz e amor, liberdade para as atitudes, drogas e amor livre, estas posturas eram mais um movimento hippie do que político e o engajamento era mais ficção do que realidade. Um protesto dos bons da década de 60 foi a música “Blowin’ In The Wind”, que Bob Dylan e Joan Baez cantavam e fez ferver a terra do Tio Sam. Nos anos 70 surgiu o movimento Punk, com bandas como Ramones, Sex Pistols e The Clash, que faziam críticas a guerra fria, ao nacionalismo e a monarquia britânica. Na América Latina temos cantores famosos por suas canções de protesto, como Mercedes Sosa, Violeta Parra, Silvio Rodriguez e Victor Jara, este último um ícone da canção de protesto latino-americano e maior expressão da “Nova Canção Chilena”, uma de suas músicas mais famosa é “Te Recuerdo Amanda”. Victor Jara foi assassinado durante a ditatura no Chile pelo genocida Augusto Pinochet.

No Brasil, durante a repressão e a censura instauradas pelo regime militar, deram origem a movimentos musicais que viam na música uma forma de criticar o governo. Destaques para Chico Buarque, “Apesar de Você”, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Geraldo Vandré e outros. Em 1968 no III Festival Internacional de Cultura, em São Paulo, Geraldo Vandré cantou “Prá Não Dizer Que Não Falei de Flores”, junto com o quarteto Livre. A música ficou em segundo lugar no festival e tornou-se um hino da resistência contra a ditadura militar.

Na década de 80 a música “Geração Coca-Cola”, de Renato Russo e Legião Urbana foi uma resposta e uma indignação contra a soberania norte-americana sobre o Brasil e os demais países latino-americanos. Bem mais recente a banda americana Green Day, com a música “American Idiot”, manifesta a sua posição a presença militar dos EUA no Iraque.

As músicas de protesto hoje perderam lugar para o capitalismo musical. O pessoal até curte uma “causa”, mas não se comprometem, isto fica para alguns mais fortes que não se assustam com a reação do público, este grande público globalizado e ligado pela internet, que tem uma ligação em sua maioria com modismos, fofocas e de aparecer a qualquer custo, mostram-se pouco preocupados aos problemas do mundo e mesmo ligados a tanta informação vão mostrando que as manifestações e atitudes capazes de mudar uma geração é mesmo coisa para poucos. Jaime.







Link de mais vídeos referente ao texto:

Bella Ciao

Strange Fruit – Billie Holiday

Mississippi Goddamn – Nina Simone

Blowin’ In The Wind – Bob Dylan

Te Recuerdo Amanda – Victor Jara

Mi Unicornio Azul – Silvio Rodriguez

Revolution – The Beatles

Imagine – John Lennon

Give Peace a Chance – John Lennon

Sunday Bloody Sunday – U2

God Save The Queen - Sex Pistols

Angie – Rolling Stones

Apesar de Você – Chico Buarque

O Que Será – Milton Nascimento & Chico Buarque

Vai Passar – Chico Buarque

Canção da América – Milton Nascimento

Clash City Rockers – The Clash

Não Chore Mais (No Woman, No Cry) Gilberto Gil

Se Eu Quiser Falar Com Deus – Gilberto Gil

Todo Cambia – Mercedes Sosa

Coração Vagabundo – Caetano Veloso

American Idiot – Green Day

Volver a Los Diecisiete – Mercedes Sosa e Milton Nascimento

Mi Unicornio Azul – Silvio Rodriguez

Geração Coca-Cola – Legião Urbana

quinta-feira, 28 de outubro de 2010


Bauman nos proporciona uma visão do mundo pós-moderno, globalizado, de nossa sociedade, nossas comunidades, nosso comportamento, nossas vidas e nosso amor. O homem necessita do socialismo de Baumann? Eu acho que sim, leia-o e tire suas próprias conclusões. Jaime


ZYGMUNT BAUMAN

Um renomado periódico espanhol referiu-se recentemente a Zygmunt Bauman como um dos poucos sociólogos contemporâneos "nos quais ainda se encontram idéias". Opinião semelhante é freqüentemente exposta por críticos de várias partes do mundo quando refletem sobre o pensamento desse intelectual polonês radicado na Inglaterra desde 1971 e empenhado há meio século em "traduzir o mundo em textos", como diz um deles. Indiferente às fronteiras disciplinares, Bauman é um dos líderes da chamada "sociologia humanística", ao lado de Peter Berger, Thomas Luckmann e John O'Neill, entre outros. De um lado, não se encontram em suas obras abstrações ou análises e levantamentos estatísticos; de outro, são ali aproveitadas quaisquer idéias e abordagens que possam ajudá-lo na tarefa de compreender a complexidade e a diversidade da vida humana. Essa é uma das razões pelas quais Bauman tem muito a dizer para uma gama de leitores muito maior do que normalmente se espera de um trabalho de sociologia mais convencional, o que condiz com suas próprias ambições de atingir um público composto de pessoas comuns "esforçando-se para ser humanas" num mundo mais e mais desumano. Como ele gosta de insistir, seu objetivo é mostrar a seus leitores que o mundo pode ser diferente e melhor do que é.
Autor prolífero e de renome internacional, pode-se dizer que sua fama e prolixidade aumentaram significativamente após a aposentadoria, em 1990: 16 de seus 25 livros foram publicados após essa data e cinco obras dedicadas ao estudo de seu pensamento foram escritas nos últimos anos.
Descrito certa vez como "profeta da pós-modernidade" (com o que não concorda), por suas reflexões sobre as condições do mundo da "modernidade líquida", os temas abordados por Bauman tendem a ser amplos, variados e especialmente focalizados na vida cotidiana de homens e mulheres comuns. Holocausto, globalização, sociedade de consumo, amor, comunidade, individualidade são algumas das questões de que trata, sempre salientando a dimensão ética e humanitária que deve nortear tudo o que diz respeito à condição humana. Preocupado com a sina dos oprimidos, Bauman é uma das vozes a permanentemente questionar a ação dos governos neoliberais que promovem e estimulam as chamadas forças do mercado, ao mesmo tempo em que abdicam da responsabilidade de promover a justiça social. "Hoje em dia", lamenta ele, "os maiores obstáculos para a justiça social não são as intenções... invasivas do Estado, mas sua crescente impotência, ajudada e apoiada todos os dias pelo credo que oficialmente adota: o de que 'não há alternativa'". É nesse quadro que se pode entender sua afirmação de que "esse nosso mundo" precisa do socialismo como nunca antes. Mas o socialismo de que Bauman fala, como insiste em esclarecer, não se opõe "a nenhum modelo de sociedade, sob a condição de que essa sociedade teste permanentemente sua habilidade de corrigir as injustiças e de aliviar os sofrimentos que ela própria causou". É nesse sentido que ele define o socialismo como "uma faca afiada prensada contra as flagrantes injustiças da sociedade".
Nascido na Posnânia em 1925, Bauman escapou dos horrores do holocausto que aguardavam os judeus poloneses na Segunda Guerra Mundial ao fugir com sua família para a Rússia, em 1939. De lá voltou após a guerra, quando se filiou ao partido comunista, estudou na Universidade de Varsóvia e conheceu Janina, com quem está casado há 55 anos e com quem teve três filhas: Anna (matemática), Lydia (pintora) e Irena (arquiteta).
Confiantes e animados pelo sonho de criar uma sociedade mais justa e igualitária, Zygmunt e Janina ali construíram suas carreiras (ele como professor da Universidade de Varsóvia e ela como editora de roteiros cinematográficos) e criaram sua família, até que uma nova onda de anti-semitismo e repressão esmagou seus sonhos e os forçou ao exílio. Após três anos em Israel, o convite para o cargo de chefe do departamento de sociologia na Universidade de Leeds trouxe Bauman e sua esposa à Inglaterra, onde permanecem até hoje.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Essa noite me sinto envenenado, mijado, usado, gasto até o osso. Acho que a multidão, aquela multidão, a humanidade, que sempre foi difícil para mim, aquela multidão esta ganhando afinal. Acho que o grande problema é que tudo é uma performance repetida para eles. Não há novidades neles. Nem mesmo o menor dos milagres. Apenas se arrastam sobre mim. Se um dia eu pudesse ver UMA pessoa fazendo ou dizendo algo incomum me ajudaria a seguir em frente. Mas são rançosos, bolorentos. Não há emoção. Olhos, ouvidos, vozes, seios, pernas, mas... nada. Congelam-se dentro de si mesmos e se enganam fingindo que estão vivos.

C.Bukowski

Esta visão da humanidade é minha identificação com Bukoswki.

sábado, 2 de outubro de 2010


A manipulação e a utilização sectária da informação deformam a opinião pública e anulam a capacidade do cidadão para decidir livre e responsavelmente. Se a informação e a propaganda são armas de enorme eficácia nas mãos dos regimes totalitários, também não deixam de o ser nos sistemas democráticos; quem domina a informação, domina de certa forma a cultura, a ideologia e, portanto, também controla em grande medida a sociedade.
Noam Chomsky


quinta-feira, 30 de setembro de 2010


O ANJO

Raros momentos felizes
Poeta, vagabundo
Tropeços, deslizes
Educado aos gritos
Surrado
Perdido no mundo
Um maluco maldito
Ainda assim, gentil
Olhava por baixo
Calado, senil
Vivia o noturno
Caminhante da noite
Alhures, soturno
Afogando mágoas em drinks
Drogas, orgias
Um discípulo beatnik
Aproveitando os restos
Personagem de Bukowski
Sem pudor, incesto
Cigarro entre dedos
Trêmulos
Tragando até o filtro
Nervosos, aflitos
Dissimulando a dor
Entre devolutas
Procurando amor
Abraçado as putas
Pederastas
Bêbados
Errante das praças
Bares e becos
Contestando o mundo
A miséria humana
O capital imundo
Viveu o amargo, doce
Tímido
Mágico e gauche
Morreu de não sei o quê
De aids
Chapado
Ou overdose de AZT.

.

domingo, 19 de setembro de 2010


Jaime,Antonio,Joseph e Krause, P.Alegre 1972

O DESPERTAR

Eu tinha quinze anos e usava uma calça que o pé quase não podia entrar de tão justa, alisava os cabelos para ficar parecido com os cantores da época e ter uma franja que os meus cabelos crespos e encaracolados não ajeitavam. Namorava a filha da vizinha e íamos ao cinema assistir a matinê, ver os filmes de John Ford com o John Wayne dando tiros para todos os lados e correndo para salvar a mocinha em perigo, e nós acompanhávamos a trilha sonora batendo os pés no assoalho do velho Cine Danúbio Azul (da pequena cidade da grande P.Alegre), que deixava o lanterninha louco e muitas vezes o projetista interrompia o filme para a gurizada se recompor, então, dávamos uma sonora vaia de assobios. Isto só não acontecia nos filmes do Elvis Presley ou nos melosos filmes italianos do Gianni Morandi, que faziam eu e a namorada com as mãos dadas e apertadas encher os olhos de lágrimas. Ou com o riso solto com os velhos filmes da Atlântida, com Oscarito, Grande Otelo Cyl Farney, Odete Lara, Tônia Carrero, Norma Bengell. Antes do filme, um seriado do Durango Kid que era interrompido com uma cena de perigo para ver no próximo domingo. Para trocar gibis, gostava de ir ao Cine Rey na Volta do Guerino ou no Vitória da Borges.

Festa boa era reunião dançante na casa de alguém, e melhor ainda na casa daquela menina liberal e com pais modernos, embalada com som de Roberto Carlos, Renato e Seus Blue Caps, Beatles era a novidade e com eles, “ She Loves You” yeah, yeah, yeah, traduzido para iê,iê,iê, era o rock brasileiro e suas guitarras elétricas. Com o movimento Hippie, comecei a perder a inocência, meu gosto pela Bossa Nova (que tenho até hoje) sofreu um pequeno baque com o tropicalismo de Gil e Caetano, nunca mais fui o mesmo.

Grudávamos nas antigas televisões Invictus e Admiral para ver o Festival da Música Popular Brasileira, Elis Regina, arrastão, Chico Buarque, Nara Leão e a “Banda”, Os Mutantes, surgia o Clube da Esquina com Milton Nascimento e os irmãos Borges. Eu que já estava seriamente abalado com o Festival de Monterey, Jimi Hendrix Experience e Janis Joplin, pirei nas letras musicais inteligentes, de protesto e questionadoras. Não precisei mais alisar meus cabelos, agora compridos e cacheados junto com uma calça e uma jaqueta Lee (que quando eram lavadas tínhamos que ficar cuidando no varal, senão roubavam) comprada de contrabando no cais do porto de P.alegre do negão Café, usávamos com roupas militares que comprávamos na Boutique Lixo, um depósito na Voluntários da Pátria (depois na Independência) que vinham do Vietnã.

Eu estava realmente integrado com a nova geração, dançando na noite de Porto Alegre e sumindo nos subterrâneos da metrópole. Meu pai começou a ficar preocupado e os mais velhos a falar das danças esquisitas (separados) e do cheiro de maconha nas esquinas. Minha idéia de liberdade foi aguçada com o livro de Kerouac “On The Roads” e completava com o descobrimento de Godard e seu “Acossado”, “A Doce Vida” de Fellini, Stanley Kubrick, Glauber e o cinema novo, Anselmo Duarte ganhava a palma de ouro em Cannes com “O Pagador de Promessas” e em 1969 fomos ao delírio com Woodstock, Credence, The Who, Santana e outros lendários.

Como os comportados ainda eram a grande maioria, sentíamos que éramos uma espécie de privilegiados por entender o que estava acontecendo em nossa volta, o horror da ditadura, a guerra do Vietnã, Bob Dylan, Joan Baez, sabíamos o que Chico Buarque e seus amigos estavam dizendo, o que falava o Boal e o que queria dizer Plinio Marcos e a anarquia do Zé Celso Martinez. Alguns mais velhos eram “os engajados” e chamavam agricultores de camponeses, outros tinham um pé em Miles Davis, Charles Parker e na poesia Beat, eu era muito jovem ainda, tava curtindo o paraíso como dizia Timothy Leary. Quando coloquei um pôster do Che na parede (que tenho até hoje) e comecei a ler Camus, Sartre, Brecht e outras políticas e lutas, pensava mais no trabalho para ter o vil metal (não sou filho de pai rico) do que a subversão. Gostava das ruas de P.Alegre, do Raul Ellwanger, do Festival Sulbrasileiro da Canção (melhor festival Gaucho), “Há, meu Matchu Pitchu ninguém segura este meu delírio” do Hermes Aquino, Mr. Lee Júlio Fürst, depois Almôndegas, Nelson Coelho de Castro, Ney Lisboa, gente da melhor qualidade.

Botei o pé na estrada, praia era Santa Catarina, (onde vivo hoje) gostava de poesias, filosofia e tudo que é Cult (e hoje gosto mais ainda) com uma boa pitada de jazz. Não era mais o menino que gostava de ouvir “Itai Dona da Noite” ou ir no Mataborrão com meu pai. Fiquei muito longe de alguns jovens do meu bairro, mas amei intensamente viver com este pessoal diferenciado, numa época que me tornou diferente para todo o sempre , e sem querer ser saudosista, hoje sento na beira do mar do Rosa ou de Torres e avalio: não acho muito legal este pós-modernismo pit-bull sem muito romantismo, em que o cara já nasce transando e dando socos, talvez por amar demais uma época em que se acreditou tanto na arte como força política no mundo.

Jaime Baghá – Quando a saudade aperta, vou tomar um chimarrão no Brique da Redenção, olhar o velho e o novo e me sentir um pouco em casa.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

"Candidatos Celebridades"



Desde o início das propagandas eleitorais venho acompanhando a repercussão sobre os candidatos “celebridades”, é inúmera as notícias, piadas, e-mails espantados falando da decadência política brasileira.

Porém amigos, eu me pergunto: porque tanto espanto? Esses não são os verdadeiros candidatos para o povo brasileiro? Não são reconhecidos? Não aparecem em todas as emissoras de canais, em programas que se orgulham em ser expoente de crítica da sociedade e da política brasileira? Que se orgulham em mostrar a verdadeira face do povo brasileiro? Transformando esses candidatos, que agora provocam espanto nessa mesma imprensa e no resto dos cidadãos, em ídolos do povão?

Os candidatos são jogadores, cantores, humoristas, tudo “celebridade” produzida e criada pelos que apedrejam; que fizeram as pessoas amarem essa palavra: “CELEBRIDADE”. Todos saídos da mesma instantaneidade e fugacidade que a mídia e a tecnologia nos empurram goela abaixo todos os dias.

Visualize por esta ótica meu caro: Romário foi o “herói” da copa de 1994 e o Tiririca é palhaço e melhor do que aqueles que nos fizeram de palhaço. Prefiro ver dinheiro sendo colocado numa calcinha da mulher fruta, do que nas cuecas e nas meias dos pilantras eleito pelo povo. Estes são os verdadeiros candidatos e acho até que são melhores que Maluf, Sarney, Collor, Barbalho, Quércia, Maia, Jucá, Roriz, Rezende, Bornhausen, Crusyus e tantos outros macacos velhos especialistas em sumir com o dinheiro público.

Isto tudo é resultado da decadência de uma postura social e política de um país que não reconhece sua história e não valoriza sua memória. De uma classe média conservadora que um dia saiu em marcha, atrás do “padre de Hollywood” chamado Patrick Peyton, pela Família com Deus pela Liberdade, entregando o país nas mãos de militares; e que ainda hoje essa mesma classe, metidos a sabidos, taxa aqueles que lutaram contra a Ditadura como terroristas.

A porta que foi aberta por jovens, intelectuais, poetas, artistas e escritores brasileiros, enfim, por todas as pessoas que tentaram ao menos lutar contra àquela condição e a repensar uma forma democrática e justa para o país; transformou-se hoje num circo de horrores sem estofo e a serviço de uma triste ideologia. Hoje seus herdeiros cafonas e sem cultura lutam para manter as coisas sem fundamento, estes filhos espúrios promovem uma verdadeira lavagem cerebral no povo com novelas, programas pífeos e jornais televisivos medíocres, repassando uma propaganda enganosa, ajudando os canalhas de plantão do PIG (partido da Imprensa golpista) a deixar cada vez mais idiotas “espertos”, que agora estão ridicularizando os chamados candidatos “celebridades”.

Estes candidatos são vocês meus amigos, somos nós, são os ídolos da nossa cultura. Então porque desdenhar? É uma pena que o Luan Santana não se candidatou, aí todos iam à loucura.

Autoria: Jaime Bagha e
Jaime Zé Silva.

domingo, 29 de agosto de 2010


"Os países pobres são subdesenvolvidos não por razões naturais - pela força das coisas - mas por razões históricas - pela força das circunstâncias. Circunstâncias históricas desfavoráveis, principalmente o colonialismo político e econômico que manteve estas regiões à margem do processo da economia mundial em rápida evolução.
Na verdade, o subdesenvolvimento não é a ausência de desenvolvimento, mas o produto de um tipo universal de desenvolvimento mal conduzido. É a concentração abusiva de riqueza - sobretudo neste período histórico dominado pelo neocolonialismo capitalista que foi o fator determinante do subdesenvolvimento de uma grande parte do mundo: as regiões dominadas sob a forma de colônias políticas diretas ou de colônias econômicas.
Esta tremenda desigualde social entre os povos divide economicamente o mundo em dois mundos diferentes: o mundos dos ricos e o mundo dos pobres, o mundo dos países bem desenvolvidos e industrializados e o mundo dos países proletários e subdesenvolvidos. Este fosso econômico divide hoje a humanidade em dois grupos que se entendem com dificuldade: o grupo dos que não comem, constituido por dois terços da humanidade, e que habitam as áreas subdesenvolvidas do mundo, e o grupo dos que não dormem, que é o terço restante dos países ricos, e que não dormem com receio da revolta dos que não comem.
Ora, o problema do subdesenvolvimento não é exclusivo destes países; é antes um problema universal, que só pode ter soluções igualmente em escala universal. Viver na opulência, num mundo em que 2/3 estão mergulhados na miséria, não é apenas perigoso, é um crime. A tensão social na qual se vive hoje é, na maior parte das vezes, o produto desta conhecida injustiça social, já que os povos dominados tomaram consciência da realidade sócio-econômica do mundo.
Cada vez se pergunta com mais insistência se desenvolver-se significa desumanizar-se, nesta frenética busca de riqueza, de acordo com a fórmula preconizada pelo ocidente de maximizar os lucros em vez de maximizar as energias mentais que enriquecem com mais rapidez a vida dos homens e podem dar-lhes muito mais felicidade."
Josué de Castro

"Não, a pior tragédia não é a que tomba inesperada, rápida, definitiva e única como um raio e que até pode ser atribuída a castigo divino... Mas a que se arrasta quotidianamente, surdamente, monótona como chuva miudinha."
Mário Quintana

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Este vídeo é dedicado aos Maluf, Barbalho, Collor, Sarney, Quércia, Roriz, Jucá, Calheiros, Maia, e outros que delapidam o capital ético deste país.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

A vida de Billie Holiday

Billie Holiday faz parte da história da música. A compositora viveu de forma intensa, o que refletiu na sua obra. Ela rompeu barreiras raciais e foi a primeira negra a cantar numa big band de brancos.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

O espúrio empinando o queixo


SONETO AOS AFETADOS

Minha parentela insípida
Numa soberba acaciana
Tiram da ignorância a gana
Zombam a naturalidade da vida.

De mente e cultura pobre
Agarram-se aos pecúlios
Atores de um mundo espúrio
Colocam-se como nobres.

Copiam o emergente ridículo
Com seus pensamentos nulos
Adestrados no imenso circo.

São da humanidade a ferida
Personagens do absurdo
Nesse teatro da vida.

Para os espúrios e outros

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Sou contra aquele ditado que diz: “uma imagem vale mais do que mil palavras”, a palavra não pode ser tão desvalorizada. Um texto quando bem escrito não precisa nem chegar a tantas palavras para nos transportar a um mundo de imaginação. Através da leitura podemos criar imagens e sonhos capazes de nos tirar do convencional, tornando-nos mais inteligentes, mais criativos e menos indiferentes com as mazelas do mundo à nossa volta. Cuidado! Ler pode tornar as pessoas perigosamente mais humanas.
Texto do meu querido Jaime filho.




O vídeo é uma campanha de incentivo à leitura idealizada e produzida por: Deborah Toniolo, Marina Xavier, Julia Brasileiro, Igor Melo, Jader Félix, João Paulo Moura, Luciano Midlej, Marcos Diniz, Paulo Diniz, Filipe Bezerra. (Alunos do 2ºano - turma pp02/2003 - do curso de Publicidade e Propaganda da UNIFACS - Universidade Salvador). Com adaptação do texto de Guiomar de Grammont.

ECCE HOMO (A Grandeza da vida)

Quero mais...
Além de homens e vermes
Quero o espanto
Assombro, encantos!

Os mitos
Almas e espíritos
Deuses e Querubins
Divindades e ritos!

Os sonhos
De infernos e paraísos
Demônios e super-homens
Ninfas e sibilinos!

As dúvidas
Planetas e outras vidas
Portais e disco voadores
Seres e alienígenas!

As certezas
De universos e galáxias
Buracos negros, cometas
Sistemas e vias láctea!

Eis o meu mais!

Acabar, findar
Sem nada descobrir
Pouco para enxergar
No meu miserável
Estado natural.

Eis o meu mais!

Feito um cão
Viver e morrer
Em meio à danação
Dos homens comuns!

Eis minha realidade!
Eis meus estado natural!
Eis minha verdade!
Eis o meu caos!

O estado natural de tudo não é o caos?

Jaime

sexta-feira, 2 de julho de 2010



Família do meu avô Joaninha. Da esquerda para direita: Laide, José(meu pai), Vó Rogina, Rosa (colo), Maria, Bonifácio, Vô João, Lino e Serafim.

OS NETOS ESPÚRIOS

Meu sobrenome é Silva, o sobrenome de minha mãe é Arcênego, porém meu pai optou somente pelo Silva, dizia ser mais brasileiro. Meu avô chamava-se João José da Silva, conhecido na sua região como Seu Joaninha pelo fato da mãe dele (minha bisavó) se chamar Ana, então ficou conhecido como João da Aninha. No interior concilia-se o nome dos pais aos filhos para melhor a identificação. Tenho um enorme orgulho do meu avô, por ter sido um homem muito gentil, íntegro, honesto e trabalhador. Acho que o melhor da minha vida foi quando passava as minhas férias na sua casa do interior, correndo pelos campos, tomando banho em açudes, subindo nos pés de frutas, cantando com os peões no engenho em época de safra e fazendo todas as espécies de travessuras típicas de um menino feliz em férias escolares. Eu e meu avô éramos bons amigos, conversávamos muito, ele me falou muitas coisas que até hoje carrego comigo como ensinamentos, além de ter me ensinado a pescar, montar a cavalo e entender um pouco de pecuária e agricultura. Falava muito sobre o comportamento, os quais mesclavam com histórias sensacionais e hilárias. Teve uma grande família (sete filhos), todos muitos educados. Era uma pessoa de muito conceito entre seus amigos, solidário com seus semelhantes e de grande prestigio em sua comunidade. Diante deste quadro de muita honra, entristece-me ver alguns dos seus descendentes, netos emergentes, renegarem o sobrenome Silva como se isso os fizessem melhor. Temos muito Silvas que são e foram melhores e não necessitou mudar o sobrenome: atletas, campeão mundial de fórmula um, ministros, artistas, intelectuais e até nosso presidente, além de tantos que não caberiam neste escrito. Resolvi escrever esta crônica para avaliar estes parentes imbecis, que pensam que a sociedade vai lhes mimar mais pelo fato de trocar o sobrenome que o idiota julga comum. Eu sei que neste mundo de mitos e aparência e imbecilidade coletiva (a disneylização do Sr
Baudrillard) eles encontram pares. Depois deste fato, conversei com estes parentes, não muito, porque era visível a falta de conhecimento político e social, apegaram-se às crendices babacas, literaturas de auto-ajuda, cultuando divindades duvidosas, cantores e artistas vulgares e vestindo uma moda alegoria, apegados ao conservadorismo de interesse e arcaico. Acho que eles devem participar de alguns eventos culturais, como ir ao teatro, mas tenho a certeza que desconhecem a peça, o dramaturgo e se riem ou se comovem é porque a platleia o faz, porque é claríssimo o desconhecimento do trabalho literário, teatral ou musical, não entendem a encenação, porque suas próprias vidas é uma encenação de uma opereta barata e bufa. A única esperteza que notei nestes parentes é a que usam para ganhar, lucrar, sempre encima do incauto que eles adestram e exploram, depois abandonam (inclusive amigos e parentes), quando não tem mais nada para sugar, descartando o explorado ou este se afastando quando pressentiu o engodo. Meu entendimento para esta artificialidade nos modos lembra-me uma parábola que meu avô contava quando via alguma tolice, dizia ele para mim em tom de pergunta: "quando o mundo começou tinha sete bobos morreram um, quantos ficaram? eu, para mostrar-me esperto respondia muito rápido, "ficaram seis, dindinho", rapidamente meu avô discordava, "não, ficaram quinze", e explicava: " é que o número de bobo são piores que ratos, desafiam a natureza, se proliferam muito rapidamente", e dava uma gargalhada. Mais tarde alguns (bem poucos) de seus descendentes, iam desonrar o seu sobrenome de caráter, sabedoria e respeito, para adotar outro que melhor lhes satisfaçam seus interesses espúrios e oportunistas. Querido Avô, estes são os bobos que para ter um pouco do vil metal e pouca magia na vida, para ostentar um status imbecil as custas do engano, colocaram a máscara mais horrenda que os mortais comuns gostam de usar. Não são mais um dos nossos, não tem mais o nosso sobrenome, ainda bem, não gostamos de ver nosso sobrenome comum nos bobos e acho que o Seu Joaninha já sabia disso, pois conheceu cada um deles desde que nasceram.

Jaime

sábado, 9 de janeiro de 2010

Inversão de valores.

Queria compreender como um ato em busca de direito é nivelado a um ato criminoso. Em nome da ordem pública se confundem bandidos e cidadãos.
Como um comandante com “formação”, “visão” e “liderança” aceita cegamente uma ordem do malfeitor político, e o que é mais incoerente, uma “Lei” muitas vezes autorizada pelo “nosso” judiciário, para massacrar o cidadão que paga o salário de todos e o roubo de alguns que estão no poder. O malfeitor político rouba e usa a “Lei” para a sua proteção. Aqueles que não se calam sofrem essa injustiça e o desdém do acomodado que fica em casa no sofá em frente à televisão e chama de vagabundos e desocupados os que clamam por seus direitos.

Jaime Baghá.

Nossos Índios



Nossos miseráveis



Nossos trabalhadores e estudantes



“Há homens que lutam um dia, e são bons;
Há outros que lutam um ano, e são melhores;
Há aqueles que lutam muitos anos, e são muito bons;
Porém há os que lutam toda a vida
Estes são os imprescindíveis”

Bertold Brecht.



Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negro

Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário

Depois prenderam os miseráveis
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável

Depois agarraram uns desempregados
Mas como tenho meu emprego
Também não me importei

Agora estão me levando
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo.

Bertold Brecht.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Protesto Olimpíada Vancouver 2010



Vancouver-Canada, jogos olímpicos de inverno 2010.Campanha da PETA contra o massacre dos bebes focas por assassinos imbecis, para fazer casacos para outros imbecis cúmplices.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

ERUDIÇÃO



O que me faz diferente
Oculto
Difícil, fácil
Tagarela, claro
Taciturno
Maldito e raro
Foi a visão do inferno de Dante
Do paraíso poético
Nada como antes
Inútil, lúdico de Foucault
Dançar com Bacantes
Dionisíaco
Já pensou?
[Sou] Baco de orgias
Marx, Engels
Perpétuas harmonias
Utopias
[Sou] o pessimismo de Schopenhauer
Céptico
Anti-humanista, Heidegger
Cabeça da Bauhaus
O super-homem de Nietzsche
[Sou] o revoltado de Camus
O além que existe
Existencialista de Sartre
Solitário, aberto
Polêmico em partes
Emotivo as artes
[Sou] o significado
Minerval, ateneu
Sem deuses, demônios e prometeus
[Sou] vida
De curta existência
Amante, abandono
Dos animais a essência
[Sou] o amado
Metamorfose de Kafka
Evitado
Louco e poeta
Por você inviso
Porque não acerta
[Sou] o homem separado
De Luther King
Decadente de Beckett
Absurdo, Ping
[Sou] diferente a você
Cabeça comum
Pouca luz
Raras labaredas
Populaça
Tonto de Carlos Castañeda
[Eu] * Dulce Est Desipere In Loco
Mas literato
Músicas, clássicos e teatros
* É delicioso perder o juizo de vez em quando
Surrealista, Breton
Fauno...
Ditirambos...

Em devaneios, procurando a diferença de identidade, além do prato e bispote.

Noam Chomsky o socialista libertário


A LIVRARIA PODE ESTAR LONGE, MAS A INTERNET ESTA PRÓXIMA

Por favor, se você não conhece, esclareça-se antes de votar (não que isso vá mudar tudo do dia pra noite), mas conheça os especialistas do mundo e esqueça o ranço partidário, aquilo que os babacas desinformados ou os “senhores de bem” da tua sociedade acham, com aquela razão estúpida sobre a mudança desta sociedade explorada. Por favor, acessem o Google e leiam o que diz o Sr. Noam Chomsky, ou Susan George, e nesta última clique na “Agência Carta Maior” (veja entrevista). É preciso se instruir e quanto mais cedo melhor, o pior é ficar velho e descobrir que todos os teus valores estavam errados. Para não forçar muito leiam também o Eduardo Galeano, a América Latina explorada agradece. Tem também gente nossa, como o Fausto Wollf e toda aquela turma de jornalistas sérios deste país. Procurem também um documentário do Simon Hartog, chamado “Muito além do Cidadão Kane”. Larguem um pouco deste atraso brega mental de música de péssima qualidade movida à bandalheira, sertanejo imitação barata de country americano e outras desgraças. Escutem um pouco de Seu Jorge, Lenine, Zeca Baleiro, Cazuza, os sempre novos Caetano e Chico Buarque, as modas de viola e tantos outros poetas que escrevem e cantam a tua realidade que você ignora. Isto é o mínimo para que possas ver a tua realidade, não este empirismo que o poder lhe inculcou. Agora se você vive a conveniência e está com a barriguinha cheia dos rebotalhos, vivendo suas confrarias sociais, chamando pobre de vagabundo, pedindo pena de morte, sem olhar para o lado e ver a miséria, a violência e a degradação do meio ambiente, por favor, me ignore e me tire para louco, porque eu vou comprometer a tua boa vida sem visão, sem arte e com as vendas do acomodado. Vá assistir Matrix com aquela comilança no sofá, pois não vai demorar muito para você ganhar o teu chip na cabeça.

Jaime Bhagá

"A tradição dos oprimidos nos ensina que o estado de exceção em que vivemos é, na verdade, regra geral. Precisamos construir um conceito de história que corresponda a essa verdade."

E.T.: A pessoa enxerga o mundo de acordo com sua perspectiva sócio-cultural. Nietzsche

Arthur Rimbaud e a poesia simbolista

“Nossa barca elevada nas brumas imóveis navega em direção ao porto da miséria, a cidade enorme de céu sujo de fogo e lodo.

Quando iremos, enfim, para além das praias e das montanhas saudar o nascimento do trabalho novo, da sabedoria nova, a fuga dos tiranos e dos demônios, o desaparecimento da superstição; quando iremos adorar - os primeiros! - a Natividade sobre a terra? O canto dos céus, a marcha dos povos!

Escravos, não amaldiçoemos a vida.”

Arthur Rimbaud

Jean Baudrillard. Todos nossos valores não passam de simulacros

“Se fosse necessário caracterizar o estado atual das coisas, diríamos que é o de pós-orgia. A orgia é o momento explosivo da modernidade, o da liberação em todos os domínios. Liberação política, liberação sexual, liberação das forças produtivas, liberação das forças destrutivas, liberação da mulher, liberação da criança, das pulsações inconscientes, liberação da arte. Assunção de todos os modelos de representação e de todos os modelos de anti-representação. Total orgia de real, de racional, de sexual, de crítica e de anticrítica, de crescimento e de crise de crescimento. Atualmente tudo está liberado, a sorte está lançada e estamos diante da questão crucial: Que fazer depois da orgia?”

Jean Baudrillard

MALDITO

NÃO FALE MEU NOME AOS GRITOS
QUE A VOZ NÃO VAI ALCANÇAR
MEU SER, NADA, NO INFINITO
ALMA DISPERSA A VAGAR.

NÃO PENSE EM MEU NOME MALDITO
SINÔNIMO DE RUÍNA MORAL
SEM NORTE, LUXÚRIAS E VÍCIOS
SEM SENSO, LOUCURA, UM CHACAL.

NÃO SONHE MEU NOME, UM PESADELO
QUE NO MUNDO ANDA PERDIDO
NUNCA AMOR E DESVELO
SOTURNO, NOTURNO, ESCONDIDO.

NÃO EVOQUES MEU SATÂNICO NOME EM VÃO
NÃO CHORE JAMAIS POR MIM
POIS EU SOU A PERDIÇÃO
QUE UM DIA QUIS SER QUERUBIM.