domingo, 24 de julho de 2022

Lendo o distópico "Admirável Mundo Novo" de Aldous Huxley vi que ele descreve num misto de fantasia e sátira implacável, uma sociedade futura de tipo totalitário. A ideia simplista do progresso, alicerçado apenas na técnica; o sórdido materialismo mecanicista e certas ideologias filiadas numa filosofia de inspiração pragmázamiatintica a manipulação psicológica. Eis o alvo da sátira de Huxley. Efetivamente, o Admirável Mundo Novo é um aviso, um apelo à consciência dos homens. É uma denúncia do perigo que ameaça a humanidade, se a tempo não fechar os ouvidos ao canto da sereia do falso messias e do capitalismo canalha.
“Não quero conforto. Quero poesia, quero o conhecimento, quero o autêntico perigo, quero a liberdade, quero bondade, quero o pecado, e como cético até Deus. enfim, quero ter o direito de ser infeliz se assim desejar.
Jaime Baghá; Gosto de ler distopias para conhecer melhor alguns governantes e loucos que insistem em aparecer em cena e para eu contribuir para que eles sumam.
Livros distópicos: "1984" de George Horwel = "Nós" de Ievguêni Zamiatin, "O Conto da Aia" de Margaret Atwood, "Fahrenheit" de
Ray Bradbury, "O Processo", Franz Kafka e tantos outros.

Jaime Baghá.

 

quinta-feira, 21 de julho de 2022


 CEPTICISMO

 

Somente caminhar

Mais um autômato

Nada perguntar

Vontade estranha

Louco leitor

Interrogando sozinho

Perguntas interiores

Inquieto no íntimo

Olhando estrelas

Pensamento infinito

Revolta

Gritos

Livros por abrir

Axiomas falsos

Nada descobrir

Sem solução

Menino

Homem

Fora religião

Heurística

Uma interrogação

Parar

Pensar

O grito no ar

Quem somos

Nunca vencer

Simulacros da verdade

Ceder

E morrer.

 

Jaime Baghá

quarta-feira, 20 de julho de 2022


 “O INFERNO  SÃO OS  OUTROS”   

Quero a reconciliação

Encontros e descobertas

Encontrar mais portas abertas

Nos momentos de solidão.

 

Quero lançar-me a própria sorte

Alcançar a liberdade

Não falar meias verdades.

Ter mais valor minha morte.

 

Quero valorizar os momentos

A origem de minha existência

Como Heidegger, “Ser e Tempo”.

 

Quero a reflexão, autoconhecimento, um Lama

Vida, estilos e essência

Descobrir minha condição humana.

 

Jaime Baghá - Jacques Lacan: Eu sou o inferno.

segunda-feira, 18 de julho de 2022


 Foto:  Piotr Kropotkin

A KROPOTKIN

Aos jovens, Kropotkin escreveu:

Façam de vosso trabalho sua revolta

De suas mãos, uma ferramenta

À libertação.

Médico, professor e engenheiro,

Estudante das leis contra as normas e

A favor da justiça

Poeta vá contra as formas.

Cure, ensine e construa,

Defenda e imagine o mundo

Que virá a seguir.

Vossos passos, vossos atos,

Se em ti vive,

Se tu o sentes,

Se crês nas obras

Do que estão ao teu lado,

Seja agora a inspiração

Dos que ainda hão de vir.

Seja agora o alívio

Dos que sofrem desamparo,

Seja o remédio, a lição e o projeto

Para edificar a revolução.

Não como dádiva,

Ou curso natural,

Mas como fruto de tuas mãos.

Pelo exemplo chame

Tua irmã e teu irmão,

Pela gentileza mantenhas viva

A fagulha de teu coração.

Resistir nada mais é

Que saber estar no presente e

Colocar de acordo

Sentimento,

Pensamento e

Ação.

Existir é fazer da vida

Projeto para o futuro.

Só haverá paz quando não mais existir exército.

Jaime Baghá

terça-feira, 12 de julho de 2022

MELANCOLIA

 O outro lado

Naquele recôndito

A parte terrível

O solitário

O Sensível

A procura

O que sentimos

O que nos invade

O grande vazio

Sem cura

Que se encontra consigo

Comigo

Algumas vezes

A solidão

Que afoga

Como um som

De Miles Davis

Como uma droga

Que o destino brinca e joga.

 Jaime Baghá

 

 

quarta-feira, 6 de julho de 2022

O MEU VALIOSO TEMPO

 Tenho tantos escritos

Tantas anotações

Poemas, motes

Inspirações

Que vivo perdido

Entre textos e noções

 

Tenho sempre algo inacabado

Agendas lotadas

Cadernos rabiscados

Poesias incompletas

Caixas abarrotadas

 

Tenho papeis por toda a parte

Encima dos armários

Nas escrivaninhas

Nos bolsos

Em lugares estranhos

Nos cantos

Em baús

De todos os tamanhos

 

Tenho pensamentos

Incertezas

Metáforas

Clarezas

Absurdos

 Acertos e Enganos

 

Tenho escritos nos guardanapos

Caixa de Cigarro

Papeluchos e trapos

Papel de pão

Papel de embrulho

Tudo é usado para a inspiração

 

Tenho anotações

Em caixas de remédio

Papeis de chocolate

Capas  de filme

Blocos ao lado da cama

Além do meu moleskine

 

Tenho diversos lápis

 Canetas distintas

Sheaffer, Parker

Esferográficas e tintas

Bic, Pentel e Cross

De aprendizes a professores

Só não tenho a Mont Blanc

Personalizada dos escritores

 

 Tenho inspiração

Devaneios e chistes

Sempre uma anotação

Escritos inacabados

Poemas sem fins

Nos bolsos amarrotados

Indiferente ao meu final

A morte em meio a loucura

Dos meus papéis rabiscados.

 Jaime Bahá - -  A loucura que me faz viver.