sábado, 25 de maio de 2013



Breve história do Xamanismo

Hegel procurou seu protetor xamânico na
flor negra
Novalis na flor azul

São Francisco quis perpetuar seu tótem no cântico
delle Creature

O gavião de penacho
fez a cabeça de
Oswald de Andrade

O girassol da madrugada
dissipou a couraça
Católica de Mário
(o clã do jabuti agradece)

Holderlin dançou
em torno do Eter
como um navajo

Trakl escureceu o dia
com seus pântanos e miasmas

Dante atravessou 3 reinos em êxtase
viu a luz no fim do túnel

Lautreamont se comparava à águia e ao dragão

Pasolini sonhava com o Centauro

Gonçalves Dias e seu sabiá melancólico

Ionesco criava rinocerontes ameaçadores

O Sol negro levitou Artaud
até o céu do peyote

Michaux às vezes incorporava o rio negro

Alma de Eliot onde trota o arganaz

Walt Whitman e seu martim pescador revoando no crepúsculo

D. H. Lawrence chamou todos os animais
E plantas em seus poemas

Gianbatista Vico incorporou um exu chamado Bestione

William Blake, poeta druida, incendiou o tigre nas florestas da noite
(suas profecias contra a sociedade industrial, todas vingaram)

Graciosa coxa de Pan alucinou Rimbaud

W B Yeats recebia um gnomo surrealista

Ovo primordial De Arp Águia ou Sol?
Onde Octavio Paz engatilha suas flores surrealistas

Um índio Hopi presenteou Jung com um urso de madeira

Jorge Luis Borges
E seus protetores imaginários

Guimarães Rosa janta hoje com Jaguaretê

Dino Campana entrava na gira de Orfeu

Leopardi & o Brasão onde o leopardo rampante gerou seu nome

Paracelso dizia que não devemos evocar elementares
(são as bruxas)

A Nasa treina astronautas no vácuo xamânico
eu espero o Sol /Gavião nesta colina que dança.

 Roberto Piva.




segunda-feira, 13 de maio de 2013


Nininho e Jaime - 1988


Élder, Maneca e Jaime -  1979


LEMBRANÇAS

Houve um tempo
De pé na estrada
Hippie
Roqueiro
Motos
Vanguarda
Sem vergonha
Metrópoles
Noites
Subterrâneo
Sem imposto
24 horas
Sem desgosto
Vagabundo
Muita praia
Pouca luta
De norte a sul
Encontrando paraísos
Sonhos
Procurando saídas
Indo ao inferno
Encontrando amor
Em meio às perdidas
Comendo chessburguer
Cervejas
Sem prato
Vomitando no banheiro
Dormindo de sapato
Tomando Engov
Cara de safado
Lendo Bukowski
Veio a idade
Maturidade
Vida equilibrada
Esperando a morte
E se poupando
Pra nada...
Pra nada...
Pra nada!

Jaime Baghá na “Era da Informação”, se informando pra nada, porque o bom é o tudo. Se não se pode mais ter o tudo, o nada é a verdadeira perfeição.

“Eu vi as melhores mentes da minha geração destruídas pela loucura,
esfomeados nus e histéricos,
arrastando-se pelas ruas negras do poente
à procura de um rancor injetável”.
Allen Ginsberg

Tristemente eu também os vi, é a dor que insiste em me acompanhar nas lembranças.
Aos queridos amigos Élder e Nininho (In memoriam). 

Maneca, Jaime e Khan - 1979


Maneca, Jaime, Élder e Maninho - 1978


NOCTÂMBULOS

Bem antes dos preâmbulos
Andava nas noites
Rebelde
Noctâmbulo
Procurando amores
Encontros
Vidas
Poesias
Jeans desbotado
Sagaz
Molambo
Na mesa do bar
Conversa fora
Esperando
Alguém chegar
Festas e rock
Jazz
Vida
Zoar
Ribaltas e néon
Eternidades
Indomáveis
Abraçados
Ruas da cidade
Risos soltos
Estrelas no céu
Aurora no cais
Acordar no motel
Para outra noite
De farras e bebes
Magias e sonhos
No meu Porto Alegre.


Também dos meus (por algum tempo), Floripa, Rio, Salvador, Olinda e a saudade e o carinho dos malucos, doidos, desgraçados, exagerados, tristes, apaixonados, que praticavam um suicídio diário por sentirem tanta sede e gana de viver... Jaime Baghá