sexta-feira, 16 de outubro de 2020


 MOLIÉRE

 O dramaturgo francês Molière viveu em 1600, mas vejam como ele esta atual, parece estar no Brasil nos dias de hoje.


 "A hipocri
sia é um vício que está na moda, e todos os vícios que estão na moda são vistos como virtudes." O personagem do homem de bem é o mais fácil de interpretar em nossos dias, qualquer hipócrita o representa com razoável perícia. É uma arte cuja impostura é sempre respeitada, e mesmo que seja descoberta, ninguém ousa dizer nada contra ela. Todos os outros vícios dos homens estão expostos à censura, e cada um tem a liberdade de atacá-los em voz alta; mas a hipocrisia é um vício privilegiado: com sua mão ela tapa a boca de todo mundo e goza tranquilamente de uma impunidade soberana. Hipócritas usam as mesmas máscaras, possuem semelhantes comportamentos e afetações, formam assim um grupo fechado e auto protetor: quem atacar um vai ter o revide de todos os outros. Por mais que se saiba de suas intrigas e futricas, que se conheça e divulgue aquilo que realmente são, nem por isso eles perdem o prestígio e a estima das pessoas."

No nosso caso a dos dançarinos de amarelo e golpistas.  Jaime Baghá -Outono de 2020


 A PESTE

 Foi tanto a exploração

Que aceitei os enganos

Sorri para sofistas profanos

Aceitando a mendaz compaixão.

 

Foi tanto a necessidade

Que aceitei os carrascos

Os malditos, seus ascos

Contrariando minhas verdades.

 

Foi tanto a dor

Que caminhei cabisbaixo

Sem forças, fraco

Deturpando o amor.

 

Foi tanto a agonia

Que fiquei cúmplice ao erro

Inerte, amordaçado

Fez se escasso os meus dias.

 

Para ter em minha mesa

Disfarcei para meus filhos

Porque roubaram o meu brilho

E minha delicadeza.

 

Para continuar existindo

Fui um fantoche sem vida

Da esbórnia coletiva

E calei consentindo.

 

Para encenar estes atos

Atuei na ópera bufa

Misturei-me a turba

De poeta a palhaço.

 

Para sobreviver

Suprimi minha liberdade

Da infernal sociedade

Que impõe o sofrer

 

Assim devora o meu mundo

Quem de máscara se veste

E exorta toda a peste

Ao povoado latifúndio.

 Minha homenagem a “Peste” de Albert Camus -  Jaime Baghá -  outono de 2006

 A SUPRESSÃO DA MÁSCARA

 Neste teatro da vida, do cotidiano preconceituoso, do social que dissimula a existência real, procuro não usar a máscara da vergonha com medo dela grudar ao meu rosto e eu não mais conseguir arranca-la.

 

quinta-feira, 8 de outubro de 2020