quarta-feira, 28 de abril de 2021

BAGHÁ O OBSCURO * (ou Ápeiron)

Amanheci interiorano

Vou para beira do mar

Escrever no promontório

Ficar longe dos Dórios

Que sabem pouco o amar.

 

Além dos desenganos

Sinto o ar do oceano

Longe da afasia

Solitário

Manhã, cedo

Parado numa ataraxia

Sem a lira

Sem enredo

Mas poeta

Mais Aedo.

 

Esqueço os simples mortais

Suas banais cerimônias

Viajo pelo éter astral

No arque das cosmogonias

E os pífios de tão cegos

De quase vazios cérebros

Escolheram seus destinos

Vão para as sombras de Érebos.

 

Não quero suserania

Só etéreo em meu ego

Viajar nas poesias

Como Homero o cego

Indiferente aos povos

Quero ter a plenitude

Na harmonia do logos.

 

Não cultuo rapsódias

Como o senhor do certo

Acho que são paródias

De um poeta eclético

Pois a moral de tudo

É que vivo neste mundo

Uma odisseia louca

Um Ulisses vagabundo.

 

Uma analogia a Heráclito de Éfeso – Jaime Baghá
 

sábado, 24 de abril de 2021


 O PODER DA FRAUDE

Fuja das seitas de dinheiro e politica, da alienação e caminhe com a cultura, com a ecologia, com a sensatez, com a poesia e seja feliz nesta curta existência. Não gosto da histeria, da loucura, gosto da poesia e da brandura. Abomine os sacrifícios de aberração e rituais malucos, para ser feliz precisamos de amor, temos uma religiosidade do inconsciente, do vórtice, da diferença, uma insegurança ideológica e do progresso junto com o jogo cíclico das crises econômicas. Temos um Deus tornado leigo e infinitamente ausente que acompanha o pensamento contemporâneo  manipulado na voz do fanático. Com a cultura sabemos quem é ele no manuseio dos homens gananciosos e falsos pastores, porque tudo explodiu no renascimento da psicanálise, na redescoberta de Nietzsche e de Heidegger, tivemos uma ruptura no modo de pensar o sagrado, aprendemos a ver com a crise, seja do otimismo marxista, ou seja, daquele liberal. Esta religiosidade vazia para entreter e lucrar com as pessoas, invadiu o pensamento da assim chamada esquerda que vê a maquinação e o engano com outra ótica, na verdade nem necessita muito esforço, vendo pastores vendendo feijões milagrosos para curar a pandemia, lembro-me de minha juventude e de  malucos tipos Jim Jones e o reverendo Moon.   Para mim e para quem procura conhecer os homens do mundo, certas resposta deve ser procurada em Freud e Lacan e não nos filósofos embusteiros, na turma do ódio, na nova direita brasileira ou na confraria dos charlatães  enganadores que manipulam o povo imbecilizando-os para manipular o poder. Como dizia Ariano Suassuna, “O fanatismo e a inteligência nunca moraram na mesma casa.”   Jaime Baghá

domingo, 18 de abril de 2021


Sou um brasileiro de estatura mediana, hermético, olhos castanhos que olham no interior por trás de óculos escuros e estou sempre longe noutra situação resolvendo algum problema dos meus loucos pensamentos. Falo muito para alegrar poucos, pouca besteira, excessivamente educado, desajeitado, roupas largas, pouca vaidade na aparência, aceito a vida fatalisticamente pensando em alterar tudo. Tenho ideias estranhas e mórbidas, mas original como realmente tinha que ser, tenho ainda um espetacular senso sardônico de humor negro.

segunda-feira, 12 de abril de 2021


 

PALAVRAS

 Que infernos são estes

Que habitam meu interior?

São as guerras das palavras

São as lutas do meu eu

Numa infindável batalha

De desvendá-las

Perdê-las

Juntá-las

Não deixar morrer

E revive-las em contos

Em versos

Para construir meu universo

 

Na loucura de minha mente

Inquieta

Procuro a resposta certa

Encontro linguagens erradas

E construo meu texto

Com nexo

Levado pelas palavras

 

Não quero o lírico

A rima

A métrica

Quero o verso livre

Achar a palavra

Que resuma meus anseios

 

Quero construir meus versos

Sonetos malucos

Fragmentos do meu eu

Saboreando-os

Num banquete sem fim

Nos devaneios dos meus pensamentos.

 Jaime Baghá  -  Numa incansável  procura pelas palavras.

quinta-feira, 8 de abril de 2021


 QUAL O FUTURO DO TRABALHO?

Além dos gigantes como Google, Apple, Facebook, Amazon e Microsoft, as plataformas ocupam outros setores como finanças, hotelaria, transportes, comercialização e distribuição de mercadorias, entrega de comida a domicilio. Outrora apoiado em edificações distribuídas pelos espaços físicos nas cidades e arredores, o comércio, atacado e varejo, baseado no contato pessoal entre funcionários vendedores e clientes vem sendo substituído pelo e-commerce. Assim a economia fica na mão de poucos e o trabalhador na precarização e no empobrecimento vive numa bolha cada vez mais inflada e você o tolo, sem conhecimento que só fala o que vê e o que ouve, não se instrui e não lê, bate palmas para o carrasco imbecil que provoca a tua própria desgraça.   Jaime Baghá