terça-feira, 10 de maio de 2022

Quadro: Baudelaire, Mallarmé,  Paul Verlaine, Corbiére, Arthur Rimbaud.


MALDITO

 Não fale meu nome aos gritos

Que a voz não vai alcançar

Meu ser no nada, no infinito

Alma dispersa a vagar.

 

Não pense em meu nome maldito

Sinônimo de ruína moral

Sem norte, com luxúrias e vícios

Sem senso, loucura um chacal.

 

Mão sonhe meu nome, um pesadelo

Que no mundo anda perdido

Nunca amor e desvelo

Soturno, noturno, escondido.

 

Não evoques meu satânico nome em vão

Não chore jamais por mim

Pois eu sou a perdição

Que um dia quis ser querubim.

 

Jaime Baghá – Outono 2000

 

O termo escritor maldito os quais eu admiro é de vida a margem da sociedade. O típico “hipster” sabe? Não curto muito o suposto certinho, aquele conservador falso da moral e dos bons costumes. Curto o cara que rejeita as convenções sociais, as regrinhas do cotidiano sem sentido, mas reproduzidas por hábito. O sujeito que não se liga muito de pertencer a qualquer ideologia dominante.

Admiro o cara que vive a margem, que despreza alguns protocolos sociais, ou boa parte deles, no mínimo vai escandalizar alguma “otoridade” em dado momento, por isso eis meus escritos e minhas posições.

Mas citando Orwell: numa época de mentiras universais, dizer a verdade é um ato revolucionário.