terça-feira, 28 de julho de 2020

                                         
                                          Gustav Klimt - Morte e Vida

VIDA e MORTE
O futuro não existe, pois ele nunca chegará, e quem morreu não o alcançou, e quem morrer não o alcançara. O próprio presente não existe é extremamente breve segundo o filósofo. Talvez eu saiba um pouco da fórmula de uma possível maneira de observar o futuro e chegar perto do que chamamos futuro, isto não é com a ciência mecânica e sim através da ciência do corpo e mente, precisamos nos conhecer. As pessoas que só acreditam em si mesmos estão todos em asilos de loucos. Nossa grande ilusão é acreditar que somos o que pensamos ser, nós nascemos sozinhos, vivemos sozinhos, morremos sozinhos, somente através do amor e amizade podemos criar momentos que não estamos sozinhos. Quando se é feliz, cada dia é uma vida inteira e o individualismo é uma ilusão de adolescente.  Não há nenhum caminho tranquilizador a nossa espera, se o queremos, teremos que construi-lo com nossas mãos, palavras e ação. O que conta é ser verdadeiro, ai se inscreve tudo, humanidade e simplicidade. A hora é agora, enquanto vida depois lembranças, mais além nem as lembranças existirão, nem as passagens lembradas, porém os homens não sabem disso e pensam que são eternos. No fim querem dar o amor que foi negado, para ter o amor que não souberam conquistar, porém já é tarde, terão somente a compaixão por ser velho e terminal. Restará ainda por algum tempo ruínas de algum império construído e talvez mais um pouco a poesia de algum poeta esquecido.

Jaime Baghá,  refletindo  -  inverno 2020


quarta-feira, 8 de julho de 2020



NADA
No imperativo do distúrbio
Todos os encantos me parecem nada
A lua por trás do farol
Os sorrisos das meninas que passam para a escola
O clássico na antiga vitrola
O perfume de flores no ar
O canto da cigarra
No silêncio do interior
Tudo me parece nada
Quando se vai ao nada
Quando já se é quase nada
E o tudo querendo ser nada
Apenas um fio tênue de nada
Separa-me do nada infinito.

 O que eu sou algumas vezes. – Jaime Baghá


sábado, 4 de julho de 2020


Quem se desvia das regras da “normalidade”, quem quebra as leis da manipulação, é imediatamente punido com a marginalização. É como uma visão kafkiana da rejeição, como um Gregor Samsa, quando não é mais útil esta fora do sistema. (A Metamorfose) 

quarta-feira, 1 de julho de 2020


COMPARANDO

Os livros dos quais gosto, depois de ler sempre dou algumas olhadas, depois faço pesquisa sobre e até leio novamente. Estava olhando “A Queda da Casa de Usher” de Edgar Alan Poe e vi algo com nossa situação política atual, onde o fantástico aparece quase sempre como um modo de dissolver as determinações reais, numa angustia subjetiva, num medo pânico, em face de uma realidade vivida como algo irracional e absurdo. Há um transtorno mental no comando do nosso país, uma sensação sombria que nos deixa inseguros. Quem sabe, assim como a “Casa de Usher,” os Palácios de Brasília se dividam em fragmentos e afundem no Lago Paranoá levando os insanos e transformando este país e trazendo para o povo uma nova visão. Que não tenhamos mais a fama de ser o segundo país do mundo em que as pessoas têm a percepção equivocada sobre a realidade. Assim, vamos poder sonhar com prosperidade e educação ao invés de viver um presente com fascistas e loucos.