NADA
No imperativo do distúrbio
Todos os encantos me
parecem nada
A lua por trás do farol
Os sorrisos das meninas
que passam para a escola
O clássico na antiga
vitrola
O perfume de flores no ar
O canto da cigarra
No silêncio do interior
Tudo me parece nada
Quando se vai ao nada
Quando já se é quase nada
E o tudo querendo ser nada
Apenas um fio tênue de
nada
Separa-me do nada
infinito.
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