sábado, 5 de junho de 2021

 As voltas do mundo.

Vivi uma época de mudanças onde vi o executivo de cabelo escovinha que personificava o homem romano de antiga cepa, mas seu filho andava de cabelos compridos, gostava de gírias,  rock e coisas indianas, gostava de citara asiática, lia textos budistas ou libelos leninistas, conseguia conciliar Hermann Hesse, o zodíaco, a alquimia, o pensamento de Mao, adepto da maconha e sacava os ídolos das guerrilhas urbanas, alguns até trocam de casais e colocava em crise o modelo de família puritana. Eis o novo mundo que vivi e vejo novas mudanças. Estou vivendo a descentralização absoluta, crises nos poderes, o poder das corporações reduzido a uma ficção e um sistema de princípios cada vez mais abstratos. Hoje em grande atuação o capitalismo de estado voltado para grandes empresas, por isso gosto de Noam Chomsky  e todo bom ativista político. O avanço do poder tecnológico esvaziou as instituições e abandonou e centro da estrutura social, há um novo mundo ao qual eu não simpatizo porque acho que ele perdeu sua magia e valoriza os valores pecuniários, criando um mundo de mais distanciamento e miséria, e eu com minha idade avançada não quero ser um neonomadismo digital, já sou nômade nos meus pensamentos e escritos, fazendo força  para poder viver uma época interessante, como diziam os chineses.

Cuidado com as voltas que o mundo dá, hoje você lança as palavras, amanhã sente o efeito delas.  Jaime Baghá


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