segunda-feira, 30 de janeiro de 2023


 NA NOITE

Na noite não há nomes reais

Maria é Pamela

Berenice é Jennifer

Raimunda é Shirley.

Na noite tudo é falso irreal

Na noite não há pedras no meio do caminho

Há o tabefe, o calor, o tato.

A noite vem sempre a palo seco

A noite vem sempre a falo duro

A noite quase não se fala.

As atitudes, os gestos, a bofetada, o carinho

Os amores, os prazeres, o ódio e o dinheiro são crus

A noite quase não se fala

A noite tudo é acústico

A noite é injusta

Entre uma felação e outra

Entre morte e vida

Severina, agora Ariadne, lê poemas de João Cabral de Melo Neto.

Jaime Baghá

Nenhum comentário: