sábado, 12 de novembro de 2022

A GARÇA    

Havia um casal de garças belas

Com cores de forte aquarela

Hoje uma somente

Grita a procura dela.

 

A terra não é minha

A garça não me pertence

O tolo caçador com um tiro

Mostra a extinção eminente.

 

Houve épocas de espécie mil

A garça que já foi cegonha

Nos alerta para a vergonha

Com seu solitário pio.

 

Talvez a garça

Num esforço derradeiro

Encontre outro parceiro

Na luta á preservar a espécie

E eu a veja num alegre pio

E minha dor desaparece.

 

1991 numa casa solitária entre montanhas e matos, vendo a tolice do almofadinha urbano. Jaime Baghá

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