segunda-feira, 14 de dezembro de 2020


 A REVOLTA DOS DÂNDIS

Por ser aceito

Convidado

Estava ali

Frente aos confrades sentados

Falei-lhes

Sem, no entanto saber

O que nunca haviam escutado.

 

Falei-lhes de Caetano

Lina Bo Bardi e Glauber

Betinho, mil planos

Henfyl, Brasil

De poesias

Sonhos e de Elis

De músicas e arte latina

E coisas do meu país.

 

Então o grupo

De vazia Sabedoria

Lançou-me um olhar de soslaio

Em clara xenofobia

E numa emulação

Jogaram ao abandono

O meu brâmane companhia.

 

Dândis interioranos

Continuam ao meu lado

Arredios, desconfiados

Olhando-me de longe

Amedrontados

Alguns se aproximam

Comigo mais análogos

E assim passam os dias

Eu continuo a sorrir

Com ares de melancolia.

 

Tantas situações

Podíamos deixar viver

Ditirambos

Subversões

Contos e ficções

Eu profícuo, com visões

Mas inviso

Um inovador reaça

Como um personagem de Kafka.

 

Uma poesia ao “conselho de cultura” do interior que teve uma curta vida, que adoravam festas particulares, roupas “demarca”, fardamento escrito nas costas dizendo que eram do conselho de cultura da província de maneira pueril. Um regular grupo de eventos, e parco conhecimento, só isso.  Jaime Baghá

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