sábado, 16 de abril de 2016


O DURO CAMINHO DA DEMOCRACIA
A proposta da direita na sua dura tarefa de se opor ao que esta dando certo é entregar nossa economia ao sistema neoliberal. Ou seja, aumentar os juros da dívida pública e o superávit primário para atender ao secular setor rentista deste país, para depois reduzir salários e os benefícios previdenciários e flexibilizar os contratos de trabalho, destituindo direitos. Haverá privatizações, aumento de tarifas públicas e cortes no orçamento das políticas sociais, abrindo espaço para as empresas privadas ampliarem sua presença no setor. Como anunciado, o novo governo neoliberal para alegria dos entreguistas, assinará tratados de livre-comércio para internacionalizar nossa economia, isto é, abrir o mercado brasileiro ainda mais para as grandes corporações transnacionais, destruindo a indústria nacional como sempre foi feito. Neste caso temos duas direitas, a dos lobos que lucra e a dos imbecis que vão atrás da propaganda enganosa, admirados com aquele homem que se mostra como inteligente, um artífice da família e dos bons costumes. Desde a antiga e rancenta UDN nós vimos pobres tolos e manipulados dando viva ao carrasco.
Eles ainda hoje estão aqui e em maior número, são os pseudos pensantes que desfilam imponentes com seus ódios fascistas, com vivas ao Sr. Friedrich Hayek e o Sr. Ludwig Von Mises, austríacos (aqueles adotados por Reagan e Thatcher na década de 80), defensores do liberalismo clássicos. Mises foi aquele que disse: “o fascismo era o salvador da cultura ocidental”. Estes tupiniquins tolos têm até “filósofos” e grupos chamados Olavettes, que seguem um mistificador barato mestre em escatologia chamado Olavo ou gente que aparece na lista da empresa de “inteligência global” Stratfor, conhecida como “the Shadow Cia”. Estas pessoas e seus grupos são financiados por corporações americanas que atacam direitos indígenas, depredam ambientes e tem um grande interesse na Petrobras, como os Irmãos Koch, que se divertem dizendo que fazem parte da maior campanha do qual você nunca ouviu falar. Estes manipulam jovens tolos brasileiros, fazendo alegria dos vendedores da pátria, representados por uma boa parte dos “políticos” brasileiros, que tem como função manter o país uma colônia, incapaz de fabricar um tubo de pasta de dente, pois, 80% do que temos num supermercado não é nacional, pertencem as multinacionais.
Deveríamos ter aprendido, pois já tivemos um governo neoliberal no Brasil e em vários países da América Latina que seguiram o “Consenso de Washington” e sua proposta de retirada do estado da economia, com abertura econômica, privatizações de estatais e desregulamentação da economia, criando uma sociedade intolerante e reacionária, foi a intervenção do estado contra o bem estar social Keynesiano. Não se importaram estes reacionários que esta situação não funciona em países não desenvolvidos, porque reduz a intervenção e o controle do estado, desta forma o estado nacional perde poder e se torna vulnerável ao capital especulativo e as multinacionais. E o que aconteceu, em pouco tempo instalou-se a crise econômica e social nestes países como o Brasil, Argentina, Uruguai, Chile, Bolívia, etc...
Apesar de todas estas dificuldades, mudou a política e o brasileiro passou para melhor do que antes, há mais empregos, seu salário melhorou, as políticas sociais melhoraram, um número muito superior de pessoas ingressou nas faculdades. A novidade não esta no andar de cima, com seu consumo de elite, a novidade esta no ingresso de dezenas de milhões de brasileiros no mundo do consumo, alimentando um mercado de produtos de massa, gerando emprego e bem-estar, esta situação implicou na redução do ganho dos rentistas que especulam e ganham sem trabalhar. Neste caso a economia vai mal para quem? Para os mesmos especuladores entreguistas de sempre que só querem ganhar com papéis.
É a luta do liberal versus o desenvolvimentista, os valores do estado mínimo versus o do Estado de bem-estar, esta turma do bem estar não esta feliz porque na virada deste século o Brasil teve importantes progressos sociais com distribuição de rendas, diminuiu as desigualdades sociais, aumento de consumo das famílias e redução da miséria extrema. Tivemos um grande aumento de empregos formais, a taxa de desemprego caiu de e o valor do salário mínimo aumentou mais de 70% acima da inflação, os gastos com educação dobraram. Todos esses foram fatores determinantes para a redução das desigualdades sociais.
A economia cresceu e simultaneamente distribuiu renda, fato inédito nos últimos cinquenta anos.  Caminhou-se no sentido da construção de um modelo econômico menos perverso que o padrão histórico do Brasil. Foi aberta uma nova etapa de lutas contra a doutrina neoliberal, mas apesar disso o Brasil esta muito aquém de superar e virar a página do neoliberalismo e acabar com o entreguismo histórico, motivo pelo qual esta aí um número vergonhoso de golpistas levando o país para um retrocesso.
Perry Anderson, professos da UCLA (Universidade da Califórnia e editor da New Left Review), sinaliza que o neoliberalismo segue aprofundando seu poder no mundo, mas os governos progressistas da América do Sul mostraram uma esperança que não existe em nenhum outro lugar e em sua visão, o Brasil estava na linha de frente desse processo de abrir frestas no contra fluxo da ideologia perversa e mundialmente dominante. 
Para alguns que pensam que as bolsas famílias vêm de governos socialistas ou de programas elaborados por economistas de esquerda estão muito enganados, isto vem das chamadas CCT (conditional Cash Trasnfer Programs), este programa tem caráter liberal clássico. Estas “garantias’ de rendas mínimas” foram propostas inicialmente por Frederich Hayek (premiado em economia mundial), economista da Escola Austríaca, e posteriormente por Milton Friedman, americano, teórico do liberalismo econômico e respeitado economista do século XX (o certo é que Milton preferia a caridade, mas, o programa não deixava dúvida da sua eficiência). Com o neoliberalismo estes programas serviram como um campo de provas em muitos países da América Latina e hoje estão em mais de trinta países em outros continentes, segundo o Banco Mundial, porém a grande vedete foi o programa brasileiro. Diante da vitória da ideologia é preciso encarar o óbvio, programas dessa natureza aliviam as situações críticas de vulnerabilidade e fome.
Mesmo com o sucesso dos planos nas quais os neoliberais torcem o nariz, o Brasil ainda permanece entre as vinte nações com maior desigualdade de renda do mundo. A secular concentração de riqueza no campo brasileiro continua intocada e o tema da reforma agrária ainda é atual. Ainda é muito complicada a luta contra desmatamentos, preservação de reservas indígenas e exploração de todos os lados, e ainda empurrar esse imenso paquiderme chamado governo, carcomido por interesses de grandes grupos agarrados por todas as partes. É um eterno cavalo de batalha contra a corrupção, que a direita cinicamente e de vez em quando apresenta propostas de dar vergonha.  Que soberba lição de ética nos deu Jânio Quadros com sua “vassourinha”, os carrancudos militares na sua ditadura controlados pelos grupos financeiros, o caçador de marajás de Alagoas e Fernando Henrique Cardoso que implantou a nefasta política neoliberal e suas privatizações. A direita, para travar os avanços, apela para elevados sentimentos de ética, procura culpar o outro e tapar o sol com a peneira de seus grandes roubos, o que pode gerar confusão no tolo tradicional e inflamado pela mídia comparsa, fazem barulho, mas não constroem alternativas, sua alternativa é sempre o golpe na democracia.
O número de municípios no Brasil com IDHM (índice de desenvolvimento humano), passou de 0 para 134 e atingiu 1993 municípios. A esperança de vida ao nascer passou de 64,7 para 73,9 os saudosos da ditadura, entreguistas e o pessoal da mídia golpista e da oposição tem hoje em média dez anos de vida a mais para protestar contra a democracia. A educação na porcentagem de adultos com mais de 18 anos que tinham concluído o ensino fundamental, passou de 30,1 para 54,9 já a população mais jovem passou de 13% para 41%. A renda mensal per capita, passamos de 0,647 para 0,739 no período que representou um aumento de R$ 346,00. Isto é pouco para quem tem muito, mas, para uma família pobre de quatro pessoas, aumentar em mais de R$ 1000,00 a renda muda muito a vida.
Entre os países dos Brics, o Brasil apresenta o perfil de progresso social mais forte e equilibrado e por incrível que pareça os Estados Unidos estão recuando para uma maior desigualdade nos últimos anos, gerando danos ambientais muito elevados. Enquanto isso o Brasil progrediu, o que explica os números muito semelhantes da tabela: 75,96 para os Estados Unidos e 75,78 para o Brasil. O Brasil caminha hoje na redução da desigualdade enquanto o mundo esta atingindo limites insustentáveis, esta é a razão do imenso sucesso do livro de Thomas Piketty (e o segredo dos ricos), economista francês que se tornou destaque no meio acadêmico internacional com seu livro “O Capital no século XXI” (vide meu blog (www.devaneiosdobagha.blogspot.com)”.
Vergonhosamente temos a notícia de que 85 pessoas acumularam mais riqueza do que a metade mais pobre da população mundial e a revista Forbs mostram os principais bilionários brasileiros e a origem de suas fortunas. São banqueiros com concessões públicas, com carta patente para trabalhar com dinheiro público, donos dos meios de comunicação, amparada por governantes de sua escolha e protegendo suas falcatruas,  construtoras que trabalham com contratos públicos nas condições que tão bem conhecemos,  exploração de recursos naturais  que mais extraem do que produzem.
Este é o país que vivia em crises financeiras e de maneira rotineira fazendo acordos com o FMI para evitar a quebra de sua economia. Mas, a partir dos anos 2000 o Brasil passou de devedor para credor do FMI, tendo resolvido o problema da dívida externa que implicava deslocar ao exterior parcelas dos fluxos de renda interna gerada. 
Esta diferença no desenvolvimento não é uma visão de técnicos e economistas da América Latina, isto tem o apadrinhamento de Michael Porter, professor da Harvard Business Scholl que tem interesse nas áreas de Administração e Economia, com diversos livros sobre estratégia e competitividade. Muitos destes dados que ora escrevo são da publicação do Le Monde Francês e outros jornais e revistas de jornalistas independentes, outras literaturas e dados do professor de economia da Unicamp Eduardo Fagnani e do professor e economista da PUC-SP e consultor de várias agência das Nações Unidas, Ladislau Dowbor .
Acho que com todas estas informações com figuras de renomes internacionais, coberto da maior autoridade, clareza e uma verdade inconfundível das informações, mostram claramente a nossa situação.  Logicamente que eu e todos os brasileiros de baixa renda sentiram e viram a significativa mudança em nossas vidas. Se não houver mais mudanças poderemos trocar a cada quatro anos, sem tentar colocar defeito só porque uma minoria de sanguessugas da sociedade quer que exista defeito para se autobeneficiar. 
Fico pensando como pode ainda uma grande parcela da sociedade deixar se manipular, ser comparsa de um golpe no país, insistir em colocar no poder pessoas sem nenhum  caráter e comprometimento com a nação. Alguns eu sei que é por ignorância e outros por conveniências, porém sonho com o dia em que a unanimidade ache o caminho certo para que todo o processo tenha um impulso mais sólido, para nos livrarmos dos grupos vende pátria, empresários manipuladores e suas confrarias, multinacionais e corporações criminosas, juízes de mau caráter com suas togas conspurcadas, policiais covardes, comparsas de políticos mau caráter, meios de comunicação gananciosos, foras da lei a trabalho de um crime organizado posando de elite. Se nos livrarmos desta peste saída de um conto de Camus, poderemos sonhar viver e ver o Brasil realmente como uma grande e próspera nação. 
Jaime Baghá
País cruel e ingrato com os seus filhos que não são hijos de puta. Explico-me: o Brasil maltrata e despreza quem pensa e atua a favor do seu povo. Em contrapartida elogia, badala, paparica, consagra o venal, o canalha, o picareta, o escroque, o vende pátria”. Gilberto Felisberto Vasconcellos

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