sábado, 10 de janeiro de 2015



“Eu também sou Charlie” 
Por sempre admirar artistas com a grandeza de Charb (Stéphane Charbonier), Cabu (Jean Cabut) e Wolinski (Georges Wolinski), que com seus traços e seu humor mostram toda a ignorância humana. Muitos cartunistas da minha geração foram importantes na forma como moldaram o meu senso crítico. Quando eu era jovem, via nossos grandes cartunistas brasileiros no semanário “O Pasquim”, com humor debochado, ferino, feroz, de sarcasmo irônico e criativo, que me fez conhecer nomes como Millôr Fernandes, Ziraldo, Claudius, Fortuna e Henfil. Estes, numa época de boçalidade e da opressão da ditadura, lutavam para mostrar a verdade, com coragem contra a censura, o preconceito e a vilania. Com este pessoal aprendi que a maior arma contra a ignorância é a caneta, com textos e traços ingênuos, porém grandioso e inteligente que diz tudo e mostra a fachada por detrás da máscara dos poderes doentios, fanáticos e dementes. Artista como Wolinski inspiraram muito de nossos melhores cartunistas brasileiros, os quais eu tenho a maior admiração por ter aprendido a ver o mundo e os fatos com maior clareza, e, a saber, distinguir melhor o caráter dos poderosos. Vivam os Pasquins, Viva os Charlie Hebdo e todos os jornais satíricos do mundo com seus escritores e cartunistas, que no papel de bufão e numa luta utópica, nos faz ver os vícios de uma sociedade e a verdadeira face dos hipócritas, dos intransigentes, dos fascistas, dos racistas, dos que discriminam e dos canalhas do mundo.
Jaime Baghá





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