quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Sempre sonhando, desde os tempos em que não sabia o que era imperialismo, comunismo, neoliberal, globalização e o escambau. Maravilhosa é a infância e a inocência. Para Neide e a Neuza, as filhas das vizinhas, e para a minha vizinha e grande amiga inesquecível Dona Maria Vargas, de Cachoeirinha/RS. 

ERA UMA VEZ

Um menino
Que gostava de flâmulas
Gibis, bolas de gude
Peões, caixa de bugigangas
Tesouros, embaixo da cama

Um menino
Que dançava rock
Para as primas olhar
Coca-cola e lanchinho
Nos córregos para pescar

Um menino
Cantor, cowboy
Que não perdia matinê
Banho pelado nos açudes
Seriado de super-herois

Um menino
Desbravador de florestas
Do fundo do quintal
Tarzan, super-homem
Capas de roupas do varal

Um menino
De imaginários inimigos
Espadas, pistolas de raios
Medo do escuro
Destemido diante do perigo

Um menino
Moleque, fora da linha
Mambembe, ator
Cunhado do amigo
Namorado da filha da vizinha

Ainda sou um menino
Nesta egocêntrica luta
Pária do vazio convencional
Que me fez poeta, chacal
Nesta pífia sociedade adulta.
                         

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