OLHAR SOBRE A CIDADE
Noite
Olho a cidade
Aquários simétricos
Herméticos
Invioláveis
Onde se escondem as
multidões da cidade.
Multidões que se cruzam
Conhecem e não se olham
Olham mas disfarçam
Sorrisos imploram
Alguns gentis
Outros reaça.
Não se tocam
Gestos se esboçam
De querer bem
Não se completam
Alguns com desdém
Palavras inúteis
Escondendo gritos.
Quantas pessoas
Na solidão absoluta
Na algazarra dos comuns
Porque nenhum
Porque tão longe
Porque incomum.
Escorre dos aquários da
cidade
Cai à noite
No
meu aquário
Eu penso
Na cidade.
Sou mais um peixe fora
d’água. – Jaime Baghá
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