“Eu também sou Charlie”
Por
sempre admirar artistas com a grandeza de Charb (Stéphane Charbonier), Cabu
(Jean Cabut) e Wolinski (Georges Wolinski), que com seus traços e seu humor
mostram toda a ignorância humana. Muitos cartunistas da minha geração foram
importantes na forma como moldaram o meu senso crítico. Quando eu era jovem, via
nossos grandes cartunistas brasileiros no semanário “O Pasquim”, com humor
debochado, ferino, feroz, de sarcasmo irônico e criativo, que me fez conhecer nomes
como Millôr Fernandes, Ziraldo, Claudius, Fortuna e Henfil. Estes, numa época de
boçalidade e da opressão da ditadura, lutavam para mostrar a verdade, com
coragem contra a censura, o preconceito e a vilania. Com este pessoal aprendi
que a maior arma contra a ignorância é a caneta, com textos e traços ingênuos, porém
grandioso e inteligente que diz tudo e mostra a fachada por detrás da máscara
dos poderes doentios, fanáticos e dementes. Artista como Wolinski inspiraram
muito de nossos melhores cartunistas brasileiros, os quais eu tenho a maior
admiração por ter aprendido a ver o mundo e os fatos com maior clareza, e, a
saber, distinguir melhor o caráter dos poderosos. Vivam os Pasquins, Viva os
Charlie Hebdo e todos os jornais satíricos do mundo com seus escritores e
cartunistas, que no papel de bufão e numa luta utópica, nos faz ver os vícios
de uma sociedade e a verdadeira face dos hipócritas, dos intransigentes, dos
fascistas, dos racistas, dos que discriminam e dos canalhas do mundo.
Jaime Baghá
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