O lixo político ao meu redor
Venho
de uma família educada, nunca estive numa militância de conflito de classes,
apenas fui educado para considerar todos os seres humanos iguais e a pensar que
não há nenhuma diferença entre quem é culto e quem não é culto, quem é rico e
quem não é rico. Uma educação com um estilo de vida democrático, mas confesso
que sempre me senti muito mal diante do espetáculo das diferenças, entre ricos
e pobres, entre quem está no alto e quem está embaixo da escala social. Hoje
vejo as coisas mais como um humanista. Resisto e me indigno ao radicalismo
contemporâneo, em especial ao populismo fascista que visa arregimentar o povo
num regime de histeria coletiva e faz o caos crescer, numa organização social
de ódio e que cristaliza as desigualdades. Por isso, às vezes mostro o meu
descontentamento, em especial, pelos acontecimentos vergonhosos no Brasil. O
que escrevo é muito inflexível e se radicalizo nas minhas posições não são por
imposições, mas sim, uma visão garimpada de autores, críticos e escritores aos
quais tenho respeito e admiração, tais como: Brecht, Hobsbawm, Bauman, Umberto Eco e, em especial, o mestre italiano Norberto Bobbio, o último dos
humanistas.
Jaime Baghá – 24/10/2018
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