SEU DEMERVAL
Lá vem o seu Demerval
O que fait la morale
De bigode aparado
Cabelo Razor Part militar
Patapon, chauvinista
Fâmulo, conservador, cipaio
Neoliberal integralista
Dos abutres o lacaio
O infame da lista
Lá vem o seu Demerval
O hipócrita que se diz honesto
Habitual nos cultos
Tarado e incesto
As filhas de saias compridas
Sem nenhum desalinho
Mas seu olho pérfido
Adora olhar
As pernas da filha do vizinho.
Lá vem seu Demerval
Com atitudes canalhas
Controlador dos dízimos
Chama pobre de gentalha
Acólito perverso do templo
Com ares de honrado
Manipulador na política
Comprador de votos
Gosta do povo manipulado.
Lá vem o seu Demerval
Que sublima os corruptos
Dos enganadores do povo
Dos fabricantes de ignorantes
Assíduo nas confrarias
Amigo dos farsantes
Habitue das espeluncas imundas
Falso e mesquinho
Fanfarrão nos cabarés de segunda
Lá vem o seu Demerval
Secando o suor
Com seu lenço amarrotado
Com seu sorriso senil
Com um ar de tarado
Cumprimentando as meninas
Com sua pantomima zumbaia
Com um olho parado
E o outro agitado
Lá vem o seu Demerval
Com a intragável família
O que ora mais alto
Na primeira fila
Empertigado e fátuo
Os filhos coxinhas fascistas
A mulher maldizente
Nos hábitos sociais
Os primeiros da lista
Lá vem o seu Demerval
O orador furioso
Dono da moral e dos bons costumes
Matreiro, manhoso
Não aceita dúvidas
Quando contestado
Fica entre o macabro e o risonho
Quando atacado
Reage como um demônio
Lá vem o seu Demerval
O dono da “verdade”
Com seus rebentos feiosos
Escutando Skrewdriver
Ofendendo nordestinos
Como são quase maiorias
Neste circo fascista latino
Ganha a insana patologia
E ameaçam nosso destino
Aos Demervais que mentem nos palanques e tribunas, esbravejam
nos púlpitos, saqueiam os dízimos, desfilam com estandartes e camisas amarelas
para dizerem que são patriotas, enganam o povo, vendem seu país e terminam por
criar um estado de exceção corrupto e perverso. Seu Demerval é um político fã
da BBB, bíblia, boi e bala, bancada da bala, evangélica e ruralista e outros
fascistas.
Jaime Baghá -
Para todos que,
desde menino, tiveram um vizinho Demerval para encher teu saco.
Nós vos pedimos com insistência
não digam nunca:
isso é natural!
diante dos acontecimentos de cada dia
numa época em que reina a confusão
em que corre o sangue
em que o arbítrio tem força de lei
em que a humanidade se desumaniza
não digam nunca:
isso é natural!
para que nada possa ser imutável!
Bertolt Brecht
Dou o nome de Estado ao lugar em que todos, bons e maus, gostam de
veneno. Vede, pois, esses que estão a mais! Adquirem riquezas e só conseguem
tornar-se mais pobres. Esses impotentes querem o poder e, antes de todo o
resto, a alavanca do poder, ou seja, muito dinheiro! Vede-os trepar, esses
ágeis macacos! Sobem uns por cima dos outros e empurram-se para a lama e para o
abismo.
Friedrich Nietzsche
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