O QUE EU VI.
Eu vi parte de minha
geração muito louca e alguns destruídos pela loucura, andando pelas ruas até
a madrugada em busca de uma viagem ou
uma dose de loucura.
Anjos celestiais com o dínamo estrelado da maquinaria da noite, rindos, com velhos jeans e olheiras fundas, viajavam fumando, um sentados na sobrenatural escuridão dos miseráveis apartamentos
as vezes com uma adorável companhia olhando os telhados e estrelas na noite.
Anjos iluminados que não tinham muito para onde ir, com a rebeldia
jovem e contra o establishment alucinados escutando Jimi Hendrix, Bob Dylan,
Raul Seixas, lendo poesias Beat
Alguns se armaram outros detidos por excessos e com os bolsos
cheios de marijuana.
Muito loucos com sonhos, com drogas, com pesadelos na vigília,
álcool e transas intermináveis em noites de orgia.
Alguns voltaram à tona e
passaram a tarde de cerveja choca no de q boteco da esquina falando sem parar para outro louco na mesma
situação tagarelando, berrando, vomitando, sussurrando fatos e lembranças
e anedotas e viagens visuais e choques nas fugas dos home, intelectos inteiros
regurgitados em recordação dos que sumiam das bandas para as internações.
E de outros que sumiram e foram para as beiras das praias de
Santa, loucos que ficaram com os pés com marcas na sola de tanto caminhar na
areia do mar.
Sentados na porta do bar,
acendiam cigarros falavam dos corações partidos que deixaram ou que os deixou
depois do abandono da metrópole. Alguns liam filosofia, escutavam Caetano, Jim Morrison Janis Jopllin, Jimi Hendrix e
lendo visionários e contra a guerra do Vietnam
Alguns desapareceram, uns ficaram comportados junto a família,
outros morreram de cirrose, alguns encontraram um grande amor e outros
maravilhosos e que nunca mais ouvimos falar.
Jaime Baghá
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