VOLTAS
O
mundo deu muitas voltas
Eu
fui menino
Moleque,
comportado
Jovem
e um maluco juvenil
Alegre
e debochado
Me
apaixonei, amei muito
Sofri
e chorei pelas mortes e solidão
Ri
à toa
Tomei
champanhe e cachaça
Voei
em jatos e Airbus
Andei
em carro de boi
De
navio e lombo de burros
O
mundo deu muitas voltas
Eu
sobrevivi às superfícies
Os
subterrâneos das grandes metrópoles
Vivi
os mares do norte e do sul
Amei
marginais
Esnobei
a aristocracia,
Comi
Agulhinha com cerveja
No
subterrâneo do Mercado Modelo
Naveguei
no oceano numa escuna branca
Com
um capitão preto
Reparti
o lanche
Com
o clandestino no porão do navio
Ancorei
em ilhas
Mergulhei
entre corais
Caçando
lagostas com nativos
Entre
peixes de cor de aquarela
O
mundo deu muitas voltas
Eu
entrei nos países latinos
Em
noites de loucuras
Parando
em pensões latinas
Dormi
em haciendas
Na
beira dos lagos
Em
tendas de lonas
Olhando
estrelas
Vivi
rocks
Musicais
de protesto
Fui
radical
Político,
rebelde
Irado,
logrado
Traído,
trapaceado
Tive
família, vivi sozinho.
Muito
mimado, sem carinho.
O
mundo deu muitas voltas
E
eu continuo nos delírios
Dos
loucos pensamentos
Na
vanguarda dos costumes
Achando
velhos alguns jovens
E
os velhos da minha idade
Novos
são os mágicos
De
pensamento e vontade
O
mundo deu muitas voltas
Eu
ouço antigas e novas canções
De
um momento presente
Breve,
que move as voltas do mundo.
Uma
máquina do tempo
Que
acelera o meu fim
Assim
preencho esta existência
De
poucas voltas
Com
visões, lembranças
Sonhos
e poesias
Embriagado
de vida
E
pensamentos sem fins.
Os meus caminhos – Jaime Baghá
Nenhum comentário:
Postar um comentário