O DURO CAMINHO DA DEMOCRACIA
A proposta da direita
na sua dura tarefa de se opor ao que esta dando certo é entregar nossa economia
ao sistema neoliberal. Ou seja, aumentar os juros da dívida pública e o
superávit primário para atender ao secular setor rentista deste país, para depois
reduzir salários e os benefícios previdenciários e flexibilizar os contratos de
trabalho, destituindo direitos. Haverá privatizações, aumento de tarifas
públicas e cortes no orçamento das políticas sociais, abrindo espaço para as
empresas privadas ampliarem sua presença no setor. Como anunciado, o novo
governo neoliberal para alegria dos entreguistas, assinará tratados de
livre-comércio para internacionalizar nossa economia, isto é, abrir o mercado
brasileiro ainda mais para as grandes corporações transnacionais, destruindo a
indústria nacional como sempre foi feito. Neste caso temos duas direitas, a dos
lobos que lucra e a dos imbecis que vão atrás da propaganda enganosa, admirados
com aquele homem que se mostra como inteligente, um artífice da família e dos
bons costumes. Desde a antiga e rancenta UDN nós vimos pobres tolos e
manipulados dando viva ao carrasco.
Eles ainda hoje estão
aqui e em maior número, são os pseudos pensantes que desfilam imponentes com
seus ódios fascistas, com vivas ao Sr. Friedrich Hayek e o Sr. Ludwig Von
Mises, austríacos (aqueles adotados por Reagan e Thatcher na década de 80),
defensores do liberalismo clássicos. Mises foi aquele que disse: “o fascismo
era o salvador da cultura ocidental”. Estes tupiniquins tolos têm até “filósofos”
e grupos chamados Olavettes, que seguem um mistificador barato mestre em
escatologia chamado Olavo ou gente que aparece na lista da empresa de
“inteligência global” Stratfor, conhecida como “the Shadow Cia”. Estas pessoas e
seus grupos são financiados por corporações americanas que atacam direitos
indígenas, depredam ambientes e tem um grande interesse na Petrobras, como os
Irmãos Koch, que se divertem dizendo que fazem parte da maior campanha do qual
você nunca ouviu falar. Estes manipulam jovens tolos brasileiros, fazendo
alegria dos vendedores da pátria, representados por uma boa parte dos
“políticos” brasileiros, que tem como função manter o país uma colônia, incapaz
de fabricar um tubo de pasta de dente, pois, 80% do que temos num supermercado
não é nacional, pertencem as multinacionais.
Deveríamos ter
aprendido, pois já tivemos um governo neoliberal no Brasil e em vários países
da América Latina que seguiram o “Consenso de Washington” e sua proposta de
retirada do estado da economia, com abertura econômica, privatizações de
estatais e desregulamentação da economia, criando uma sociedade intolerante e
reacionária, foi a intervenção do estado contra o bem estar social Keynesiano.
Não se importaram estes reacionários que esta situação não funciona em países
não desenvolvidos, porque reduz a intervenção e o controle do estado, desta
forma o estado nacional perde poder e se torna vulnerável ao capital
especulativo e as multinacionais. E o que aconteceu, em pouco tempo instalou-se
a crise econômica e social nestes países como o Brasil, Argentina, Uruguai,
Chile, Bolívia, etc...
Apesar de todas estas
dificuldades, mudou a política e o brasileiro passou para melhor do que antes,
há mais empregos, seu salário melhorou, as políticas sociais melhoraram, um número
muito superior de pessoas ingressou nas faculdades. A novidade não esta no
andar de cima, com seu consumo de elite, a novidade esta no ingresso de dezenas
de milhões de brasileiros no mundo do consumo, alimentando um mercado de
produtos de massa, gerando emprego e bem-estar, esta situação implicou na
redução do ganho dos rentistas que especulam e ganham sem trabalhar. Neste caso
a economia vai mal para quem? Para os mesmos especuladores entreguistas de
sempre que só querem ganhar com papéis.
É a luta do liberal
versus o desenvolvimentista, os valores do estado mínimo versus o do Estado de
bem-estar, esta turma do bem estar não esta feliz porque na virada deste século
o Brasil teve importantes progressos sociais com distribuição de rendas,
diminuiu as desigualdades sociais, aumento de consumo das famílias e redução da
miséria extrema. Tivemos um grande aumento de empregos formais, a taxa de
desemprego caiu de e o valor do salário mínimo aumentou mais de 70% acima da
inflação, os gastos com educação dobraram. Todos esses foram fatores
determinantes para a redução das desigualdades sociais.
A economia cresceu e
simultaneamente distribuiu renda, fato inédito nos últimos cinquenta anos. Caminhou-se no sentido da construção de um
modelo econômico menos perverso que o padrão histórico do Brasil. Foi aberta
uma nova etapa de lutas contra a doutrina neoliberal, mas apesar disso o Brasil
esta muito aquém de superar e virar a página do neoliberalismo e acabar com o
entreguismo histórico, motivo pelo qual esta aí um número vergonhoso de
golpistas levando o país para um retrocesso.
Perry Anderson,
professos da UCLA (Universidade da Califórnia e editor da New Left Review),
sinaliza que o neoliberalismo segue aprofundando seu poder no mundo, mas os
governos progressistas da América do Sul mostraram uma esperança que não existe
em nenhum outro lugar e em sua visão, o Brasil estava na linha de frente desse
processo de abrir frestas no contra fluxo da ideologia perversa e mundialmente
dominante.
Para alguns que pensam
que as bolsas famílias vêm de governos socialistas ou de programas elaborados
por economistas de esquerda estão muito enganados, isto vem das chamadas CCT
(conditional Cash Trasnfer Programs), este programa tem caráter liberal
clássico. Estas “garantias’ de rendas mínimas” foram propostas inicialmente por
Frederich Hayek (premiado em economia mundial), economista da Escola Austríaca,
e posteriormente por Milton Friedman, americano, teórico do liberalismo
econômico e respeitado economista do século XX (o certo é que Milton preferia a
caridade, mas, o programa não deixava dúvida da sua eficiência). Com o
neoliberalismo estes programas serviram como um campo de provas em muitos
países da América Latina e hoje estão em mais de trinta países em outros
continentes, segundo o Banco Mundial, porém a grande vedete foi o programa
brasileiro. Diante da vitória da ideologia é preciso encarar o óbvio, programas
dessa natureza aliviam as situações críticas de vulnerabilidade e fome.
Mesmo com o sucesso dos
planos nas quais os neoliberais torcem o nariz, o Brasil ainda permanece entre
as vinte nações com maior desigualdade de renda do mundo. A secular
concentração de riqueza no campo brasileiro continua intocada e o tema da
reforma agrária ainda é atual. Ainda é muito complicada a luta contra
desmatamentos, preservação de reservas indígenas e exploração de todos os
lados, e ainda empurrar esse imenso paquiderme chamado governo, carcomido por
interesses de grandes grupos agarrados por todas as partes. É um eterno cavalo
de batalha contra a corrupção, que a direita cinicamente e de vez em quando
apresenta propostas de dar vergonha. Que
soberba lição de ética nos deu Jânio Quadros com sua “vassourinha”, os
carrancudos militares na sua ditadura controlados pelos grupos financeiros, o
caçador de marajás de Alagoas e Fernando Henrique Cardoso que implantou a
nefasta política neoliberal e suas privatizações. A direita, para travar os
avanços, apela para elevados sentimentos de ética, procura culpar o outro e
tapar o sol com a peneira de seus grandes roubos, o que pode gerar confusão no
tolo tradicional e inflamado pela mídia comparsa, fazem barulho, mas não
constroem alternativas, sua alternativa é sempre o golpe na democracia.
O número de municípios
no Brasil com IDHM (índice de desenvolvimento humano), passou de 0 para 134 e
atingiu 1993 municípios. A esperança de vida ao nascer passou de 64,7 para 73,9
os saudosos da ditadura, entreguistas e o pessoal da mídia golpista e da
oposição tem hoje em média dez anos de vida a mais para protestar contra a democracia.
A educação na porcentagem de adultos com mais de 18 anos que tinham concluído o
ensino fundamental, passou de 30,1 para 54,9 já a população mais jovem passou
de 13% para 41%. A renda mensal per capita, passamos de 0,647 para 0,739 no
período que representou um aumento de R$ 346,00. Isto é pouco para quem tem
muito, mas, para uma família pobre de quatro pessoas, aumentar em mais de R$ 1000,00
a renda muda muito a vida.
Entre os países dos
Brics, o Brasil apresenta o perfil de progresso social mais forte e equilibrado
e por incrível que pareça os Estados Unidos estão recuando para uma maior
desigualdade nos últimos anos, gerando danos ambientais muito elevados. Enquanto
isso o Brasil progrediu, o que explica os números muito semelhantes da tabela:
75,96 para os Estados Unidos e 75,78 para o Brasil. O Brasil caminha hoje na
redução da desigualdade enquanto o mundo esta atingindo limites insustentáveis,
esta é a razão do imenso sucesso do livro de Thomas Piketty (e o segredo dos
ricos), economista francês que se tornou destaque no meio acadêmico
internacional com seu livro “O Capital no século XXI” (vide meu blog (www.devaneiosdobagha.blogspot.com)”.
Vergonhosamente temos a
notícia de que 85 pessoas acumularam mais riqueza do que a metade mais pobre da
população mundial e a revista Forbs mostram os principais bilionários brasileiros
e a origem de suas fortunas. São banqueiros com concessões públicas, com carta
patente para trabalhar com dinheiro público, donos dos meios de comunicação,
amparada por governantes de sua escolha e protegendo suas falcatruas, construtoras que trabalham com contratos
públicos nas condições que tão bem conhecemos,
exploração de recursos naturais
que mais extraem do que produzem.
Este é o país que vivia
em crises financeiras e de maneira rotineira fazendo acordos com o FMI para evitar
a quebra de sua economia. Mas, a partir dos anos 2000 o Brasil passou de
devedor para credor do FMI, tendo resolvido o problema da dívida externa que
implicava deslocar ao exterior parcelas dos fluxos de renda interna
gerada.
Esta diferença no
desenvolvimento não é uma visão de técnicos e economistas da América Latina,
isto tem o apadrinhamento de Michael Porter, professor da Harvard Business
Scholl que tem interesse nas áreas de Administração e Economia, com diversos
livros sobre estratégia e competitividade. Muitos destes dados que ora escrevo
são da publicação do Le Monde Francês e outros jornais e revistas de
jornalistas independentes, outras literaturas e dados do professor de economia
da Unicamp Eduardo Fagnani e do professor e economista da PUC-SP e consultor de
várias agência das Nações Unidas, Ladislau Dowbor .
Acho que com todas
estas informações com figuras de renomes internacionais, coberto da maior
autoridade, clareza e uma verdade inconfundível das informações, mostram
claramente a nossa situação. Logicamente
que eu e todos os brasileiros de baixa renda sentiram e viram a significativa
mudança em nossas vidas. Se não houver mais mudanças poderemos trocar a cada
quatro anos, sem tentar colocar defeito só porque uma minoria de sanguessugas
da sociedade quer que exista defeito para se autobeneficiar.
Fico pensando como pode
ainda uma grande parcela da sociedade deixar se manipular, ser comparsa de um
golpe no país, insistir em colocar no poder pessoas sem nenhum caráter e comprometimento com a nação. Alguns
eu sei que é por ignorância e outros por conveniências, porém sonho com o dia
em que a unanimidade ache o caminho certo para que todo o processo tenha um
impulso mais sólido, para nos livrarmos dos grupos vende pátria, empresários
manipuladores e suas confrarias, multinacionais e corporações criminosas, juízes
de mau caráter com suas togas conspurcadas, policiais covardes, comparsas de
políticos mau caráter, meios de comunicação gananciosos, foras da lei a
trabalho de um crime organizado posando de elite. Se nos livrarmos desta peste
saída de um conto de Camus, poderemos sonhar viver e ver o Brasil realmente
como uma grande e próspera nação.
Jaime
Baghá
“País cruel e
ingrato com os seus filhos que não são hijos de puta. Explico-me: o
Brasil maltrata e despreza quem pensa e atua a favor do seu povo. Em
contrapartida elogia, badala, paparica, consagra o venal, o canalha, o
picareta, o escroque, o vende pátria”. Gilberto Felisberto Vasconcellos
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