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Judiciário Brasileiro, periférico, opaco e desonesto. |
DESORDEM E RETROCESSO.
Próximas
as campanhas eleitorais, não posso deixar de manifestar-me sobre a nossa
escória sem escrúpulos, vergonhosamente protegidos por um judiciário igualmente
espúrio e igualmente canalha, que acintosamente sacaneia o povo brasileiro.
“O
político”, (salvo raríssimas exceções) é o câncer do Brasil, os falsos, os
parasitas que impedem as reformas estruturais, o crescimento e a prosperidade
do povo, uma praga da burocracia e da corrupção, que impedem a diminuição e a
simplificação dos impostos, entregam nossas riquezas e produtos estratégicos ao
capital estrangeiro, criam órgãos inúteis e perdulários, negam a reforma e a
descentralização da previdência, a reforma eleitoral com a implantação do voto
distrital, a regularização do coeficiente eleitoral dos estados e a fidelidade
partidária.
Negam
a reestruturação de estados e municípios que não possuem autonomia econômica.
São responsáveis pelas prisões superlotadas, disseminação da droga como uma
epidemia, a violência e a miséria humana.
Espero
o dia em que este povo ira cansar-se de ser espoliado por
vocês e este judiciário vagabundo e tenhamos um estado civilizado e centrado
nas suas obrigações essenciais, fazendo jus ao imposto que arrecada, para
proporcionar de maneira eficaz a infra-estrutura e os serviços vitais para a
nação, com um estado democraticamente de direito para seu povo. Jaime Baghá
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Horário Eleitoral |
Ode aos Herdeiros Políticos.
Ganham aos catorze anos a primeira gravata, com as cores do
partido que melhor os ilude. Aos quinze, seguem a caravana. Aplaudem
conforme o cenho das chefias. São os chamados anos de formação. Aí aprendem a compor
o gesto, a interpretar humores, a mentir honestamente. Aprendem a
leveza das palavras, a escolher o vinho, a espumar de sorriso nos dentes.
Aprendem o sim e os não mais oportunos. Aos vinte anos, já conhecem pelo cheiro
o carisma de uns, a menos-valia de outros, enquanto prosseguem vagos estudos de
direito ou economia. Estão de olho nos primeiros cargos; é preciso minar,
desminar, intrigar, reunir. Só os piores conseguem ultrapassar essa fase. Há
então os que vão para os municípios, os que preferem os organismos públicos.
Tudo depende de um golpe de vista ou dos patrocínios à disposição. É bem o
momento de integrar as listas de elegíveis, pondo sempre a baixeza acima
de tudo. A partir do parlamento, tudo pode acontecer: diretor de empresa
pública, coordenador de campanha, assessor de ministro, ministro, diretor
executivo, presidente da caixa, embaixador na pqp!... Mais à frente, para
coroar a carreira, o golden-share de uma cadeira ao pôr-do-sol. No final,
para os mais obstinados, pode haver nome de rua (com ou sem estátuas), flores
de panegírico, fanfarra e... formol!
Jose Miguel Silva.
Sobre o autor: poeta contemporâneo português,nasceu em maio de 1969, em Vila de Gaia, no distrito do Porto. Este poema está no livro "Movimentos no Escuro". Lisboa, 2005.
HIPOCRISIA
A hipocrisia é um vício que está na moda, e todos
os vícios que estão na moda são vistos como virtudes. O personagem do homem de
bem é o mais fácil de interpretar em nossos dias, qualquer hipócrita o
representa com razoável perícia. É uma arte cuja impostura é sempre respeitada,
e mesmo que seja descoberta, ninguém ousa dizer nada contra ela. Todos os
outros vícios dos homens estão expostos à censura, e cada um tem a liberdade de
atacá-los em voz alta; mas a hipocrisia é um vício privilegiado: com sua mão ela
tapa a boca de todo mundo e goza tranquilamente de uma impunidade soberana.
Hipócritas usam as mesmas máscaras, possuem semelhantes comportamentos e
afetações, formam assim um grupo fechado e autoprotetor: quem atacar um vai ter
o revide de todos os outros. Por mais que se saiba de suas intrigas e futricas,
que se conheça e divulgue aquilo que realmente são, nem por isso eles perdem o
prestígio e a estima das pessoas.
Molière
Justiça |
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