quinta-feira, 10 de outubro de 2024

 

TACITURNO
Quantos anos ainda por viver
Quantas linhas por escrever
Serão quantos os versos
Para explicar meu universo.
Vou aproveitar esta sorte
De poesias e motes
Este gosto da escrita
Até próximo da morte.
Quero decifrar o ser
Mesmo sem nada saber
Se não acertar as mensagens
Quero marcar a passagem.
Mesmo na tese certeira
De nunca cruzar a fronteira
Falar, conta
Viver, estar
Certo ou incerto
Louco ou incoerente
Ler, escrever, entender
Para mim o suficiente.
A sina - Jaime Baghá

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quarta-feira, 18 de setembro de 2024

 

Poesia não é rima, métrica ou motes bem colocados, poesia é aquilo que sai do teu interior e cruza céus e infernos para se mostrar, para dizer, para gritar, para sussurrar todo teu amor, toda tua vontade, todo teu desespero, todo teu destempero. Poesia é minha vontade de dizer, de sonhar com palavas, sou eu transformado em metáforas em universo.

Jaime Baghá

terça-feira, 3 de setembro de 2024


 O AMOR

O peso do mundo é o amor
Sob o fardo da solidão
Sob o fardo da insatisfação
O peso que carregamos é o amor.
Quem poderia nega-lo?
Em sonhos nos toca o corpo
Em pensamentos constrói
Um milagre na imaginação
Aflige-se até tornar-se
Humano.
Cai para fora do coração
Ardendo de pureza
Pois o fardo da vida é o amor
Mas nos carregamos o peso cansado
E assim temos que descansar
Nos braços do amor.
Nenhum descanso sem amor.
Nenhum sono sem sonhos de amor
Quer eu esteja louco de frio
Obcecado por amor
Ou por máquinas
O último desejo é o amor
Não pode ser negado
Não pode ser contido quando negado
O peso é demasiado
Deve dar-se
Sem nada em volta
Assim como o pensamento é dado na solidão
Em toda excelência do seu excesso
Pois no amor o todo é pouco.
Gosto de filosofia e dos loucos, e raramente escrevo poesias de amor. Jaime Baghá

domingo, 25 de agosto de 2024

 

TEMPOS
Ah, o tempo passou
Mas o passado
Ainda não se perdeu
Sobrevive nos meus pensamentos
Como uma película
Trazendo momentos
Mostrando lugares
As ânsias
Os risos
Os amores
A rebeldia
As dores
Os encontros
Namoros.
Ah, o tempo
Este passado atrevido
Invade meus sonhos
Transformando-me em herói
Iludindo-me
Em conquistas utópicas
Das velhas paixões
Que não vou mais ver
E, só
Em sonhos viver.
Ah, o tempo passou
E eu, com saudades
Gostaria de ver
Todos os rostos
De quem eu amei
Dos amigos de festas
Dos bares e garotas
Que nunca sonhei.
Ah, o tempo
Faz-me pensar
Em ermos lugares
Clubes, pousadas
Acampamentos
Bares
Fogueirinha e amor
Na beira dos mares
E assim lembrarei
Até a vida acabar.
Ah, o tempo
Quero-te na morte
Lembrar os momentos
No fim e no nada
Lembrar meus fantasmas
Dos sonhos de jovem
Dos dias, das noites
Das canções
De todas as loucuras
Das minhas ilusões.
Ah, o tempo passou
Mas às vezes
Volto a viver
Nos pensamentos correr
Olhando o ar
Recordando...
E como um tolo menino
A sorrir e chorar.
. Jaime Baghá

quinta-feira, 22 de agosto de 2024

Perdida

Nada para cobrar

Apenas vejo

O teu pecado

Na face

Estampado.

 

Nada a comentar

Apenas vejo

A tua culpa

Cabisbaixo

Com falta de postura

Em desnorteio

No desvio do olhar.

 

Nada a reclamar

Apenas vejo

O teu desconforto

Desilusões

E teu amor

Tão morto.

 

Nada a temer

Apenas vejo

Tua fuga em si

E vejo a tua vida

Um alegre zumbi.

 

Nada a apreciar

Apenas vejo

Tua pouca arte

De momentos tristes

Disfarçados de feliz

Sublimando emoções.

 

Nada a oferecer

Eu vejo você

Taciturna, apreensiva

Sem me ver.

 

Nada a fazer

Eu vejo você

Um ser

Sem ser

No material se perder

No eufemismo do ter.

 

Nada dizer

Eu vejo você

Sem sonhos

Apenas um ser

Enfadonho.

Nada a...

Nada!

 

Para você que nunca encontrou um caminho.

 Jaime Baghá

domingo, 9 de junho de 2024


 TEMPOS

Ah, o tempo passou
Mas o passado
Ainda não se perdeu
Sobrevive nos meus pensamentos
Como uma película
Trazendo momentos
Mostrando lugares
As ânsias
Os risos
Os amores
A rebeldia
As dores
Os encontros
Namoros.
Ah, o tempo
Este passado atrevido
Invade meus sonhos
Transformando-me em herói
Iludindo-me
Em conquistas utópicas
Das velhas paixões
Que não vou mais ver
E, só
Em sonhos viver.
Ah, o tempo passou
E eu, com saudades
Gostaria de ver
Todos os rostos
De quem eu amei
Dos amigos de festas
Dos bares e garotas
Que algumas nunca sonhei.
Ah, o tempo
Me faz pensar
Em ermos lugares
Clubes, pousadas
Acampamentos
Bares
Fogueirinha e amor
Na beira dos mares
E assim lembrarei
Até a vida acabar.
Ah, o tempo
Quero-te na morte
Lembrar os momentos
No fim e no nada
Lembrar meus fantasmas
Dos sonhos de jovem
Dos dias, das noites
Das canções
De todas as loucuras
Das minhas ilusões.
Ah, o tempo passou
Mas às vezes
Volto a viver
Nos pensamentos correr
Olhando o ar
Recordando...
E como um tolo menino
A sorrir e chorar.
Com o passar do tempo, o pensamento que todos nós sentimos quantas histórias, quantos momentos, quantas loucuras, quantas paixões de doer o peito. Quanta gente jovem reunida, como na poesia, quantas aventuras e emoções que hoje lembramos e que um dia vai se perder no espaço e no tempo, como a chuva e depois o sol. As emoções do fulgor da juventude, os acertos, as mancadas, sem compromisso, a rebeldia e o sorriso fácil. Esta é a melhor época da vida que apesar das dores da saudade, eu confesso que vivi. Jaime Baghá -

quinta-feira, 6 de junho de 2024


VOCÊ
Você maldita você
Que há tanto tempo procuro
Que a tanto tempo perdi
E nunca mais me encontrei.
Procurei você nas ruas
E só me ouço passar
Procurei você no mar
Mas o mar não tem mais porto.
Procurei você na rosa
Que no deserto nasceu
Mas a rosa fez-se em pó
Que o vento do tempo varreu.
Procurei você na infância
Mas a infância envelheceu
Procurei você na árvore
Mas alguém transformou em semente
Na madrugada dos deuses
Que todos os bares fecharam.
Procurei você na vida
Na prisão, no cadafalso
Na cama sempre vazia
Onde outras mulheres achei.
Procurei você no canto
Que as ondas tiram da areia
O pássaro, eterno escravo
Que na prisão da existência
Ainda cantou liberto.
Procurei você em tudo
Mas o tudo virou nada.
Procurei você no espelho
E o espelho se partiu.
Olhei para os cacos e andei
Tornei a lhe procurar
E nunca mais me encontrei.
Eu querendo ser um poeta do amor como meu amigo Amaro Castilhos.
Jaime = Quadro: Os Amantes de René Magritte
Todas as reações:
Neuza Miguel Nunes, Volnei Monteiro Alves e 2 outras pessoas




VOCÊ
Você maldita você
Que há tanto tempo procuro
Que a tanto tempo perdi
E nunca mais me encontrei.
Procurei você nas ruas
E só me ouço passar
Procurei você no mar
Mas o mar não tem mais porto.
Procurei você na rosa
Que no deserto nasceu
Mas a rosa fez-se em pó
Que o vento do tempo varreu.
Procurei você na infância
Mas a infância envelheceu
Procurei você na árvore
Mas alguém transformou em semente
Na madrugada dos deuses
Que todos os bares fecharam.
Procurei você na vida
Na prisão, no cadafalso
Na cama sempre vazia
Onde outras mulheres achei.
Procurei você no canto
Que as ondas tiram da areia
O pássaro, eterno escravo
Que na prisão da existência
Ainda cantou liberto.
Procurei você em tudo
Mas o tudo virou nada.
Procurei você no espelho
E o espelho se partiu.
Olhei para os cacos e andei
Tornei a lhe procurar
E nunca mais me encontrei.
Eu querendo ser um poeta do amor como meu amigo Amaro Castilhos.
Jaime = Quadro: Os Amantes de René Magritte
Pode ser arte
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